segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

10 anos depois

Há 10 anos atrás estávamos de lua-de-mel em Viena de Áustria.
Sim, é verdade, casámos no Inverno e escolhemos um destino de neve e de música para aqueles dias só nossos. E foi tudo tão bom!
Um casamento caloroso, com o tema da música a fazer melodia entre amigos e família, que partilharam connosco aquele dia tão bonito das nossas vidas!
Depois da cerimónia linda na Igreja que nos encheu o coração, veio a boda com boa comida, boa bebida, boa música... muitas surpresas! Nós dançámos que nem uns doidos, ele cantou-me "O meu primeiro beijo", rimos muito, abraçámo-nos e abraçamos os nossos!
Passados 10 anos, o nosso amor continua mágico e vivemos felizes numa família que cresceu com 2 lindos rapazes. Não temos a vida perfeita, é verdade (não acredito sequer que exista), mas vamos ultrapassando as dificuldades da vida juntos e com muito amor. Ele é calmo e eu "espavantada", eu de luas e ele serenamente acalma-me com um "tudo vai correr bem". E eu acredito!
Hoje li esta reportagem, da jornalista Anabela Mota Ribeiro, sobre Viana e tenho uma certeza: havemos de regressar os dois a esta cidade tão bonita que faz parte da nossa história!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Artistas de palmo e meio

Ontem foi a festa de Natal da escola dos filhotes. Estavam numa animação que só visto! E realmente o que é o Natal, se não também este brilho que invade os olhos das crianças?

Em palco esteve uma adaptação do filme “Música no coração” e os miúdos estiveram todos muito bem! É notável o trabalho (grande) que toda a comunidade escolar teve com a concretização de mais esta festa e no final todos estavam muito orgulhosos. Houve coisas imperfeitas? Houve! Mas, nada daquilo é para levar muito a sério, é para todos se divertirem e é um bonito presente de Natal que as famílias recebem.

O mais pequeno lá de casa vestiu-se de pijama para recordar o episódio em que, numa noite de tempestade, os 7 filhos do capitão fugiram para a cama de Maria.

O mais crescido, foi uma nota musical numa bonita dança que recordou a famosa canção que Maria ensinou aos meninos!

No final do dia, já em casa, os sorrisos mantiveram-se e o cansaço era notório!

Chegam agora as merecidas férias!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Alegrias de um fim-de-semana

O fim-de-semana já lá vai, já passou, acabou!!! Hoje já é segunda-feira feira, o início de mais uma semana que acabará com uma data festiva! :-)

Foram dias tão preenchidos que hoje teria sido perfeito se, por qualquer magia, eu pudesse ter ficado em casa a descansar (não doente!!!).

Os miúdos “redimiram-se” da semana difícil que vivemos cá em casa, já que houve birras várias, aviso da escola sobre o menino mais novo que andava demasiado irrequieto e a bater nos colegas (vejam bem!!!!), os manos em constante “luta” e por aí adiante.

Na sexta-feira os pais tiveram um merecido prémio de “bom comportamento”. Iniciámos o fim-de-semana com um jantar de petiscos e bom vinho (se calhar até de mais) com um casal amigo. Amigos mais recentes, mas que, no fundo, parece que sempre estiveram por perto. Companhia boa para conversar e gargalhar!

As tarefas agendadas para sábado de manhã não eram nada glamorosas, mas tinham que ser feitas: eu na faxina da casa e ele numa festa de aniversário do filho mais novo.

O meu corpo estava um bocadinho de ressaca (pensei várias vezes que já estou velha para estas borgas! mas, não estou nada!) e aspirar a casa foi um castigo, mas à uma da tarde a missão estava cumprida.

Depois de um almoço em família, veio o descanso da tarde, enquanto o Joãozinho dormia a folga (eu também dormi um bocadinho). Pai e filho mais velho estiveram numa festa de aniversário. A vida social dos miúdos é realmente muito preenchida!

Ao final do dia, ainda demos uma volta pela baixa da cidade que quase estava deserta. Soube bem apanhar aquele fresquinho quase natalício na cara e ver os miúdos correrem! Um evento em género de animação de rua, com iniciativas culturais, artesanato e gastronomia, numa das ruas da cidade dava animação àquela zona, que até nos fazia desconfiar se estaríamos mesmo na nossa (cada vez mais) pacata cidade.

Ao jantar, uns cachorros quentes caseiros fizeram as delicias das bocas mais pequenas e das dos pais também!!! Seguiu-se um bom descanso no sofá a ver televisão e a dormitar.

O domingo também foi preenchido e a tarde foi passada num shopping da região. Não é programa que goste particularmente (na verdade não gosto nada), mas um serviço agendado para o marido fazer levou-nos a todos lá e, curiosamente, houve diversão, algumas compras e muitas risadas!

E puffff… acabou-se o que era doce!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Probrezinho

Conversa matinal com o filho mais novo (quase 4 anos), enquanto falávamos sobre as prendas que íamos levar para a escola, para serem distribuídas por meninos de famílias mais pobres (que ele teima em chamar de "pobrezinhos", mas não sei onde aprendeu esta palavra):

Ele: Mãe, o Y (referindo-se a um colega da escola) é pobrezinho.
Eu: Então, porquê?
Ele: Porque não tem irmãos!

:-)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Esclarecimentos que devo dar a mim mesma sobre o post anterior:

- Sei que o meu André é um lindo menino e entendo que há fases mais difíceis de ultrapassar e encarar (eu, adulta, às vezes também estou em lua difícil e intolerável... se calhar até merecia uns açoites).

- Ele também foi para a escola de olhos tristes. Mais logo quando regressar já nem se lembra bem da zanga e dá-me um beijinho doce.

- O meu medo de falhar como mãe não me pode atormentar. Sei que também acerto nalgumas coisas!

- Não reduzo a minha felicidade aos meus filhos. Mas, são eles de facto a minha maior felicidade e também a minha maior preocupação.

- Amo muito o meu marido e não quero falhar como esposa… esse medo também se apodera de mim, mas numa escala diferente, é certo!

- Sei que um dia vamos sentir falta da agitação matinal.

- Ao almoço o meu marido serviu-me a comida com um sorriso no prato e fez-me rir... sei que, às vezes exagero! Mas, hoje sinto-me uma mãe pequenina e triste... isto passa, mais logo já passou!

Carta a um filho precocemente rebelde

Querido André,

Hoje portaste-te muito mal de manhã! Deixaste o pai e a mãe tristes! Quando saíste de casa para a escola, senti-me tão "enfurecida" por dentro que quase vomitei o pequeno-almoço.

Fiquei a pensar se entenderias o açoite que dei no rabo e os meus gritos de zangada pela nossa casa, que ultimamente não tem tido momentos contínuos de sossego familiar e as nossas manhãs, nem sempre por tua culpa, têm sido um pesadelo!

Estás a crescer muito depressa e assusta-me a tua “luta” pelo poder lá em casa. Mas, sabes? Não és tu que mandas, filho! Eu e o pai amamos-te muito, muito… e por isso mesmo, queremos mostrar-te o que é certo e explicar-te que não deves ir pelo lado errado. Não é porque somos teimosos, é porque gostamos de ti e queremos que sejas um bom menino e um bom homem.

Hoje vim para o trabalho triste, sentei-me à secretária e senti vontade de chorar. Sabes porquê? Porque receio que tenha falhado como mãe, que não esteja a saber fazer as coisas da maneira certa, contigo e com o teu mano. Aflige-me pensar que esta tua rebeldia precoce, que os conceituados psicólogos analisariam como uma possível falha de afecto e os comentadores populares como uma enorme falta de educação por parte dos pais, seja mesmo por uma falha nossa. Não de afecto, porque eu sei que mostramos que te amamos e também não por falta de educação, porque lá em casa tem havido 'sim' e 'não' e não faltam muitas conversas contigo: umas que te fazem rir, outras que te levam ao choro. No fundo, é assim mesmo a vida, embora eu gostasse que o mundo fosse, para os meus filhos, um espaço completamente protegido e colorido.

Sabes que hoje a tua birra infundada quase te deixava em casa, sem ir para a escola. E isso era mau. Mau, porque os pais não podem privar os filhos da escola e mau, porque tu gostas muito da tua escola e tudo o que ela representa para ti (saber, amigos, partilha, brincadeira, responsabilidade e crescimento)!

O açoite que te dei, como sempre, doeu-me mais a mim do que a ti. Sabes porquê? Porque uma mãe fica sempre com o coração muito apertado e doído quando bate num filho, mas também porque sei que ele não representou quase nada para ti e, na verdade, nem te doeu. O castigo que te impus (ficares sem televisão) também não é nada que te vá fazer pensar especialmente na vida! No fundo… fica, mais uma vez, a dor e o medo de estar a falhar!

E eu posso falhar como profissional, que a frustração fica atenuada pelas outras faces da minha vida, nomeadamente a familiar e a social. Até posso falhar como esposa, porque a vida pode ter agendadas algumas surpresas para nós e a falha nunca será de apenas um lado, ainda assim, com o tempo, essa dor, essa tristeza (dizem) seria um dia ultrapassável. Sei que talvez tenha falhado, algumas vezes como filha, mas o amor e respeito que tenho pela minha mãe é do tamanho do universo e recíproco. Posso falhar em muitas fases da minha lua, mas a dor que ficará marcada nunca se comparará ao medo que tenho de falhar como mãe! E essa falha sim, apagaria um grande bocado de mim!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sem título

O meu final de semana (a que já passou) foi má (não vou usar artificies)! Tomei uma pastilha para a garganta que tem um componente ao qual sou alérgica e foi um pesadelo. Olhos e cara inchada… uma deformação assustadora. Achei que controlava aquilo sozinha, mas… a ida ao Centro de Saúde para a injecção foi inevitável.

E depois disso foi um role de depressões e mau estar. E nem sei justificar bem esta neura de hormonas (as pessimistas) aos pulos!

Ontem fui para a cama bem cedo para ver se a minha neura não entristecia mais as pessoas que me rodeiam e numa tentativa de que isto desaparecesse com no sono! Mas não desapareceu e estou cansada… cansada de não estar bem, de não me sentir bem… de não conseguir abraçar as coisas boas que tenho com a merecida energia e mandar tudo o resto (que nem sei bem descrever) às urtigas!!!

Mas, será assim tão difícil ser feliz, mesmo com as pequenas agruras do dia a dia que são normais na vida de todos nós?

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Recordações do meu Natal de miúda

- O pinheiro que o meu pai trazia na motorizada para eu enfeitar com a minha mãe

- As músicas que eu ia ouvir e cantar na casa dos “compadre” mesmo ao lado da minha (o Sr. Rosado tocava gaita de beiços e o Carlinhos piano)

- Os bolos de amêndoa

- A roupa que eu estreava no dia 25 de Dezembro para ir à missa de Natal

- O beijar do Menino Jesus

- O presépio gigante da casa da avó da minha amiga-irmã (a Sr. Mª J. Gago)

- Uma boneca preta que um amigo do meu pai me ofereceu uma vez

- A ansiedade com que eu esperava pelo livro que me era oferecido no Natal

- As canções de Natal que eu “gritava” no pátio da minha casa

- O reclame d' "A minha agenda, a minha agenda"

- Ver os manos e a mãe sorridentes nessa noite em que estávamos especialmente juntos

- A falta, que mais tarde, o meu pai fazia em casa (e o pinheirinho que deixou de chegar de motorizada)

- O Menino Jesus é que sabia se nos portávamos bem para receber presentes (não cresci com o Pai Natal, nem me lembro da primeira vez que ouvi falar dele)

- As estrelas em papel de lustro que fazíamos na escola primária com a Professora Elizabete, para enfeitar as janelas da sala de aula

- As filhós e as rabanadas que a minha mãe fazia

- Assistir ao Natal dos Hospitais na Televisão

- Passar a tarde de 25 enrolada na manta no sofá a ver Televisão

- Um Natal especial em que fomos passar a quadra natalícia com a família de Lisboa (primos, tios, avós…). Eramos tantos!!! Foi tão bonito (mas não gostei do bacalhau com couves da Tia Conceição) e nessa noite o meu mano Jorge cantou o fado e pôs a família de lágrima no olho

- Os chocolates que enfeitavam a árvore de Natal e que depois do Dia de Reis eu podia ir comendo (até perceber que afinal não gostava de chocolate, por isso duravam tanto tempo até se estragarem!)

- O musgo que se colocava no presépio e as searinhas 

- A visita ao presépio dos Bombeiros Voluntários

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Hibernação

"A hibernação é um estado letárgico pelo qual muitos animais endotérmicos, em grande maioria de pequeno porte, passam durante o inverno,(…). Os animais mergulham num estado de sonolência e inactividade, em que as funções vitais do organismo são reduzidas ao absolutamente necessário à sobrevivência."
in  Wikipedia

É assim, neste estado, que eu estou (é que até a questão do pequeno porte se adequa à minha pessoa). Só que tenho que fingir que não estou assim... isto é que é o mais complicado!

Manhãs difíceis - missão nobre

As manhãs lá em casa são quase sempre conturbadas e ultimamente tem havido sempre necessidade de levantar a voz. Hoje ouvia o meu marido gritar com o mais pequeno “mas, não há manhã em que não tenhamos que gritar?!?”.

Hoje queriam, porque queriam, levar brinquedos para a escola para oferecer a outros meninos de famílias mais pobres (uma iniciativa regular lá da escola deles). Até aqui tudo bem... pensamentos nobres os dos meus filhos e pais terríveis (nós) que gritámos por tão nobre missão. O problema é que resolveram escolher os brinquedos na hora de sair de casa e que brinquedos escolhiam? Pois… coisas velhas, já estragadas, sem jeito nenhum… E não estavam a querer entender que podiam oferecer brinquedos deles, mas tinham de estar em bom estado. Aliás, o mais nobre seria escolherem um brinquedo novo de que gostassem, para oferecer a outro menino.

E tentámos explicar calmamente (juro) que tínhamos de tratar daquele assunto com tempo, até porque era necessário tratar do embrulho, e eles insistiam em não ouvirem-nos… e pronto foi assim… mais uma manhã difícil, em nome de missão que até é bem nobre.

Luas do dia

Depois de uma noite muito mal dormida, com um ataque de asma (esta “maldição” de criança que voltou depois de ser mãe de 2 filhos e que, cada vez mais, acredito que está relacionada com o stress) ontem foi noite de ir para a cama bem cedo.

Hoje devia estar como nova, mas não estou. Sinto que me passou um comboio por cima.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O melhor do meu fim-de-semana

O fim-de-semana já passou… um fim-de-semana marcada pelo início de Dezembro, o início do Advento que é este tempo de interiorização, partilha e de preparação para o Natal.

Foi um fim-de-semana vivido em família e foi bom. Quando somos mais novos não entendemos isto com tanta clareza, mas não há nada como o calor da família (quando é uma família de amor!).

Os melhores momentos deste fim-de-semana:

- Uma ida ao cinema em família em que convidámos a avó Otilia para se juntar a nós (nunca tinha ido ao cinema). Os miúdos gostaram muito de levar a avó a cinema ver um filme “deles”. O Frozen aqueceu-nos o coração por vários motivos, um deles foi ouvir a Rainha do Gelo a cantar com a voz de uma “menina” que conhecemos desde muito pequenina e que hoje é uma mulher linda, com uma voz e uma musicalidade inigualável (cá em casa sempre acreditámos nas qualidades dela na área da música).

- Uma missa na manhã de Domingo vivida com muita alegria para celebrar o início do Advento, com a igreja cheia de gente, muita participação de todos, um momento comovente de partilha de alimentos para os mais carenciados, cânticos alegres e muitos sorrisos….

- Um almoço de família para festejar os 30 anos da cunhadinha mais nova e oferecer-lhe um bolo lindo, feito por nós, que ela gostou muito (ou fingiu muito bem!).

- Um final de Domingo a montar a árvore de Natal e o presépio ao som de músicas de Natal e ver a alegria dos meus filhos a ajudar com os enfeites e a dançarem ao som da música.

Se não houve momentos menos bons? Houve sim… vário! Mas, esses não merecem a pena ser recordados e, se eu pensar com o coração, foram coisas mínimas comparadas com as alegrias vividas.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Valerá apenas andarmos zangados com a vida?

Há pessoas muito zangada com a vida. Pessoas que, sem se aperceberem, dramatizam um bago de areia. E a vida não está fácil, é verdade, mas se escolhermos o caminho da fúria constante torna-se tudo muito mais difícil.

Ou serei eu que sou estupidamente ingénua?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Este país não é para pessoas

Hoje li isto e isto e chorei.

A verdade é que ando mais sensível do que o habitual… a vida não anda fácil e estou muito desanimada com a vida profissional, em variadíssimos aspectos, o que me deita a baixo.

Ao ler estas realidades que mexem com a dignidade de crianças e de doentes, foi um murro no estômago. Foi ver ali escrito, por quem profissionalmente vive estas amarguras, muito bem descrito com exemplos, sem floreados, o que eu, na realidade, já sabia (sim, porque não ando com uma venda nos olhos).

Esta falsa política economicista derruba-me e assusta-me. Mas, para que destino caminhamos nós, fazendo poupanças nos cuidados de saúde (nas coisas básicas!) e na educação das crianças que fará a diferença (positiva ou negativa) no futuro de um país que se quer desenvolvido e social?

Afinal, corta-se nas luvas para as operações e já se cortou, por exemplo, nos carros topo de gama dos nossos políticos? Finge-se que a educação igualitária e de integração, quando se analisam apenas e só números e nunca pessoas?

As perguntas dentro de mim são muitas e todas elas sem respostas. Ninguém tem as respostas, porque estas falsas medidas de poupança estatal são, isso mesmo, enganadoras. E trazem, diariamente, consequências avassaladoras nas vidas das famílias, nas escolas, na saúde e no dia-a-dia de cada um de nós que vai vivendo cada vez mais desanimado com este país que se esqueceu das suas gentes!

sábado, 23 de novembro de 2013

Chuva, chuvinha

Aqui no quentinho da nossa casa ouvimos a chuva lá fora. Sabe bem este conforto do lar.
Hoje é dia de acompanhar o André nos trabalhos de casa e no estudo para os testes que se avizinham.
Às vezes são momentos de tensão, porque não está para ali virado, porque começa a espernear, porque ouve o mano lá fora a brincar com o pai, e porque eu vou perdendo a paciência e ele muito astuto diz logo "já estás com aquela cara"!
Mas, hoje não há aborrecimentos de trabalho, nem stress, por isso tenho que ter mais calma e tentar passar-lhe essa calma.
Depois das obrigações há-de vir o lazer e as gargalhadas cá por casa.
Também gosto dos dias de chuva. Nestes dias em que podemos ficar em casa a aconchegar-nos em família. Aquecer a casa com o calor do forno que transformará uma uma qualquer mistura num bolo perfumado e, essencialmente, não ter pressas para a acertar nas horas.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Como prometido, o melhor do meu dia

:-) Os meus filhos já dormem!
A cozinha já está arrumada, a roupa a lavar... e a casa já está em silêncio. O maridão está nas cantorias e eu sentei-me agora a pensar "o que foi o melhor do meu dia?"
O dia foi, a bem dizer, cinzento. A neura andou em mim! De tal maneira que senti que devia de pedir desculpa ao meu marido por ter sido uma má companhia ao almoço e ter andado com cara de poucos amigos!
No meio de tudo isto o melhor do meu dia:
- As gargalhadas que dei ao final do dia com a ajuda da minha amiga C.
- O sorriso que o meu marido me deu, depois das "desculpas"
- Os beijinhos dos meus filhos quando chegaram da escola
- Ouvir os gritos do marido e do filho mais velho a comemorar os golos da Selecção

Epá... afinal encontrei vários momentos bons neste dia tão cinzento!!!!

Hoje não escrevo...

... porque se escrevesse era um conjunto de palavras a compor um texto depressivo!

Para contraria este meio espírito de querer zangar-me com o mundo, vou ao final do dia obrigar-me a pensar no melhor do meu dia! Uma onda de boa energia que se está a espalhar na blogosfera e que me parece uma excelente ideia! :-)

Vou manter-me zangada sozinha e ver se no final do dia consigo tirar uma coisa (ou quem sabe mais) positiva.

sábado, 16 de novembro de 2013

Sozinha, mas pouco

Desejo muitas vezes estar sozinha. Sem barulho, sem a preocupação das refeições, das horas agendadas para isto e para aquilo.
Hoje estou sem os meus homens e achei que ir aproveitar ao máximo!
Que parva que sou. Pareço perdida... sem saber muito bem o que fazer e, ao mesmo tempo, querendo fazer tudo o que habitualmente não consigo. Depois, entre os desejos vou ler um bocado, ah afinal não, vou apanhar sol... ah, afinal vou aproveitar o sofá e a televisão só para mim, perco-me com pensamentos "o que estarão a fazer?", "será que foram bem agasalhados?", "o que será que vão almoçar".
E, pronto, afinal não sou tão independente como achava que era!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Conversas domésticas

Eu: Colei a minha bota que já parecia a bota botilde.
Ele: Colaste como?
Eu: Com cola (?!?). Com a cola que tu compraste, própria para sapatos.
Ele: Hummm! E leste as instruções?
Eu: Instruções?!? Não!
Ele: Como é que colaste?
Eu (a não acreditar que estávamos a ter esta conversa): Pus a cola e apertei a sola na bota.
Ele: Ah! Aquilo é preciso deixar a cola secar e só depois é que se aperta!

Olhei para ele com um ar “não me aborreças com esta conversa”, calcei a bota e fui-me embora. Espero que a cola não me deixe ficar mal e não me caia a sola do raio da bota!

Pergunto eu agora: Vocês lêem as instruções dos tubos de cola?!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Prova de vinhos

Hoje fomos a uma prova de vinhos ao final do dia.
Eu ouvi, sobre o vinho, coisas como:
- Leve sabor a baunilha
- Um toque amanteigado no final
- Um final mineralizado
- Um vinho robusto

Eu fiz comentários do género (mas ninguém ouviu... foi só entre mim e o meu marido):
- Não tem um cheiro tão forte a vinho
- É mais leve
- Hummm, gosto deste
- Este também é bom
- Não consigo beber sem comer qualquer coisa (e lá roubava mais um acepipe!)

Era uma vez....

Era uma vez uma rapariga linda! Uma menina nascida na década de 60, numa família humilde, que vivia no campo em contacto permanente com as lides dos pomares, das hortas, dos celeiros e galinheiros. Família humilde e de luta. Uma luta diária pela sobrevivência difícil daqueles tempos, mas muito sorridente (é muito interessante pensar nestes tempos em que as pessoas nada tinham, mas viviam felizes em torno dos seus, se compararmos com o hoje em que se tem tanto e nada alegra as gentes!).

Uma menina entre dois irmãos que a faziam protegida; não ia ao baile sozinha, não fosse algum larápio apertar-lhe a cintura na altura da dança, ia à escola, à missa… e aprendia as lides domésticas, como todas as meninas na altura.

De estatura alta e marcante, olhos azuis e cabelo castanho, sempre bem arranjadinha (sim, que isto de ser pobre não significa obrigatoriamente que não se ande aprumada), já jovem, fazia as cabeças rodar quando ela passava.

Quando se é jovem, há uma série de portas e janelas por abrir e sempre a incerteza do que estará depois da porta (depois parece que crescemos e deixamos de ver as portas). Há sonhos por concretizar, outros apenas para girarem no mundo dos sonhos.

Na história desta rapariga, houve uma porta com acesso a uma vida difícil que se abriu. Por si só, não tem mal maior! Afinal, todos nós estamos sujeitos a abrir portas que nos conduzem a caminhos mas tenebrosos ou a momentos menos sorridentes. Cabe-nos depois conseguir fechar essa porta e abrir uma janela ou outra porta, à procura de um quarto mais brilhante, mais arrumado, mais esperançoso. E ainda assim, se atrás da nova porta aberta houver um espaço escuro que enterre a nossa cabeça em nuvens cinzentas, haverá certamente outra porta, ainda que muito pequenina, para espreitar. Não pode é haver desistências e a conformação para uma vida infeliz!

A rapariga bonita, com dotes reconhecidos para a costura e outros talentos que lhe ofereciam um futuro profissional promissor e sorridente, deu a mão a um fantasma que lhe roubou a alma. Não é um fantasma com um lençol branco a cobrir-lhe o corpo e a esconder-lhe o mau feitio. Nada disso! Veio disfarçado de príncipe encantado com promessas de amor para uma vida para sempre! Aprovado por pais e manos, e mesmo que não fosse aprovado seria o escolhido, porque isto do amor não há razões que se imponham à vontade do coração e do desejo dos apaixonados.

E quase, quase, que esta parecia uma uma história de fadas! E até podia ser, porque nas histórias de encantar também há bruxas más e vilões, mas ao contrário das histórias de encantar que têm sempre um final feliz, e o bem vence o mal, a história desta rapariga bonita não tem um final feliz.

Nesta história o príncipe não beija a princesa, não a transporta no seu cavalo branco por caminhos verdejantes de alegrias partilhadas, gargalhadas conjuntas e de companheirismo com palavras doces!

Afinal, atrás da porta havia proibições, violência, cobranças infundadas, medos, gritos, falta de apoio, azedumes diários e a teimosia de não abrir outra porta ou, pelo menos, de escancarar a janela para outro mundo. Houve ainda tentativas de desvio para outros caminhos muito menos espinhosos, mas o fantasma aparecia sempre e vinha novamente disfarçado de uma oportunidade para que dessa vez fosse feliz!

E foi? Não, não foi. E no quarto claustrofóbico a vontade de viver escasseou muitas vezes, demasiadas vezes.

Nesta história não há culpas… mas se as quisermos atribuir, serão inequivocamente para o fantasma. Mas… não é isso que importa nesta história!

Porque culpas para as coisas não funcionarem haverá sempre de ambas as partes, MAS para a violência (física e psicológica) NUNCA haverá justificação.

Nesta história também há anões e fadas madrinhas a quererem ajudar, mas sem varinhas de condão, porque a magia, essa, só existe nos contos de fadas. Aqui houve e há pessoas que têm querido ajudar, que têm sofrido com este caminho espinhoso, que lhe querem dar colo, mas que não lhe conseguiram fechar aquela porta, porque está lá sempre uma pedra à espera de que tudo mude! Que tudo mude, mesmo que já lá vão mais de 30 anos!

E esta esperança chega a ser patética! Mas... se até as princesas dos contos são ingénuas (olhem a Branca de Neve que comeu a maçã de uma desconhecida ou a Cinderela que não reagia aos maus tratos da madrasta!)!!!

E o tempo passou. Para quem está de fora passou muito depressa, mas para quem vive esta história, são angústias que devem passar muito, muito devagar! Os corpos jovens e bonitos envelheceram, vieram doenças, tristezas e os votos "amar-te na saúde e na doença, nas alegrias e nas tristezas" foram simplesmente ignorados de um dos lados!

Esta mulher não vai ser salva por um cavaleiro andante, nem por uma fada mágica! Só uma força interior e corajosa pode fazê-la fechar a porta do quarto escuro e erguer a sua mão firme para abrir outra porta, com vontade de ainda ser feliz.

Eu acredito que ainda iria a tempo de ser feliz! É verdade que os pesadelos do passado não seriam esquecidos, porque são mágoas muito profundas, daquelas que estão vincadas nas rugas, calcificadas nos ossos e que infectaram as entranhas! Não há nenhum comprido que as consiga curar! Mas, acredito que poderia ser ainda uma princesa com um sorriso nos lábios e com novo fôlego para sonhar!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Coincidências da blogosfera

Hoje li isto http://gralhadixit.blogspot.pt/2013/11/lodo.html e pensei para os meus botões “alguém (que não me conhece de lado nenhum) soube escrever sublimemente sobre os meus estados de lua minguante (sem imaginar que eu existo!) ”

A dentista desistiu - parte II

Mais uma tentativa de arranjar o raio do dente. Mais uma tentativa furada!
O rapaz vai todo satisfeito para o dentista, cumprimenta a doutora, senta-se feliz e contente na cadeira… mas, assim que é suposto abrir a boca acabou-se a colaboração.

Hoje foi com o pai, na esperança que corresse melhor do que com a mãe, mas foi igualmente péssimo. Aliás, desta vez foi pior, porque era mesmo necessário preencher o buraco do dente.

Ficou com uma “espécie” de arranjo! E na próxima semana tem que lá voltar.

O pai estava nervoso (coitado!!!) e triste!

Confesso que se eu pudesse, também fazia uma real birra quando vou a dentista! Mas, não contem a ninguém, por favor.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lua minguante

Há dias em que sinto os meus níveis de energia muito em baixo. Sinto um desânimo, uma desmotivação… uma força negativa quase sobrenatural que, se eu não puxar para cima, me pode derrubar no chão!

Às vezes tenho medo! Medo que a força negativa ganhe e que eu não me consiga levantar!

Sim… há dias em que ficar em casa, enrolada numa manta a pensar sobre a vida e a tentar encontrar soluções, seriam mais produtivos do que contrariar esta tristeza. E como alguém dizia há uns dias… a solução não passa sempre por começar de novo (conceito que está muito na moda), porque nem sempre é possível começar de novo e porque também somos livres de não querer começar de novo. Às vezes só é preciso entender e aceitar o que está mal, corrigir e seguir em frente. E para avançar, às vezes, é preciso muita força!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dias difíceis

Hoje ao sentar-me na minha secretária, no emprego, e enquanto o computador ligava pus-me a pensar no fim-de-semana.
Passou muito depressa, como sempre, não houve nenhum acontecimento especial que mereça registo, mas também teve a particularidade de ter os meus filhos muito birrentos. Ou seriam os pais que estavam com pouca paciência?
Não, deste vez acho que não eram os adultos! O mais novo esteve mesmo muito aplicado nas suas birras, sobretudo no domingo. E, para não se sentir à margem, o mais velho também deu uma bela ajudinha.
Ainda não eram 19H00 e eu comentei com o meu marido: "e se lhes déssemos já o jantar e os aconchegássemos na cama para dormir"? É só para percebermos o desespero!
Enfim... há dias assim. E a verdade é que houve apontamentos deliciosos com eles, mas, desta vez, o negativo conseguiu camuflar por completo tudo o resto!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Falta de tempo... ou não

Hoje de manhã andava o meu João de roda da minha mãe “avó, brinca comigo”. E ela parava o que estava a fazer e lá brincava um bocadinho. Depois via uma blusa fora do sítio e ia arrumar, depois via outra coisa que lhe parecia que tinha que ser feita (coisas que para mim não têm importância nenhuma, mas deve ser por isso que ela diz que eu sou muito desarrumada! :-)) e lá ia fazer (saliento que a minha mãe tem um qualquer bicho carpinteiro que não lhe permite estar sem trabalhar!!!). Claro que, sentindo a falta dela no puzzle que estavam a construir, ele voltava a gritar “avó, brinca comigo” e ela lá ia colocar mais umas peças, mas logo que via que a cama estava desalinhada, ia ajustar.

A minha mãe sempre foi muito dedicada à arrumação da casa. Trabalhava fora de casa, mas a casa tinha que estar sempre com tudo no sítio, tudo arrumado e limpo. Ainda hoje, com 73 anos, e vivendo sozinha, aquela casa é mais vezes limpa e arrumada (e atenção que não é uma arrumação qualquer: implica limpezas profundas dentro dos armários, pintar paredes de vez em quando (que ela faz sozinha sem dizer nada a ninguém) e por aí fora) do que qualquer outra casa cheia de gente! Hoje apercebi-me a “luta” do João para a ter só para ele. E lembrei-me da minha infância.

Mas, não foi fácil recordar-me. Ou seja, primeiro perguntei-me “o que é que eu sentia, quando era pequena, e ela não tinha tempo para brincar comigo?”. Sinceramente, não me lembro. Nem me lembro dessa expressão "não ter tempo", nem de me sentir frustrada pelo pouco tempo de brincadeira com ela (às vezes conseguia que ela pegasse no elástico para eu saltar ou jogava à bola comigo ou empurrava-me no baloiço que tenha mesmo em frente à minha casa, improvisado numa grande nespereira).

Ou seja, ela sempre foi uma mãe muito presente, mesmo na sua ausência. Tinha às suas costas os 4 filhos (mesmo os mais velhos precisavam dela para os orientar) e as responsabilidades inerentes a uma vida de luta para garantir algum conforto à família. Trabalhava muito… saía bem cedo e regressava bem tarde (não estou a exagerar! Houve um período, em que eu já era mais crescida, em que saía às 7H00 e voltava já bem depois do jantar).

Por isso, o tempo para brincar era mesmo muito pouco. Aliás, se eu pensar bem, não me lembro de em pequena (na idade dos meus filhos) a ver sentada no sofá ou simplesmente a não fazer nada.

Hoje em dia, como mãe, eu vivo muito angustiada por passar pouco tempo com os meus filhos, por brincar pouco com eles, por não ser como as mães queridas dos desenhos animados e com medo que isso os traumatize para a vida. Conscientemente, acho que é um exagero, mas a preocupação está sempre aqui no coração.

Olhando para trás, sinto que fui uma criança feliz com o amor de uma mãe sempre presente. E os netos da minha mãe também lhe reconhecem um amor muito especial de avó!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu tenho um pião, um pião que gira...

...e lá em casa gira até dentro da porta de lavar loiça! Não, não estou a delirar.
A nossa máquina de lavar loiça avariou e ontem esteve lá o técnico a arranjar a máquina. Ao abrir a porta da dita cuja, encontrou 2 piões (eu chamo piões, mas são na realidade beyblades... quem tem filhos rapazes sabe de certeza do que falo! lá em casa aquilo é uma praga!). É claro, que foi motivo de algumas gargalhadas dos técnicos e nossas!
Como foi lá parar? É segredo (não vá alguém tentar fazer igual e guardar tesouros dentro da máquina de lavar loiça)! :-)

Eu vi um sapo

Tenho um sapo na minha vida!
Não é um sapo pronto a transformar-se em príncipe depois de um beijo (até porque beijar este sapo seria para mim uma tortura e um príncipe eu já tenho o meu, obrigada!), também não é um sapo na língua (não sei se esta expressão “sapo” para as aftas só existia na minha casa e no meu núcleo de amigos de adolescência). É um sapo que incha quando fica enervado e que fica às bolinhas quando é contrariado, quando ouve a nossa opinião, e eu vou ficando cada vez mais infeliz por ter que viver com ele, no fundo por ter que "engolir este sapo"! Quer dizer, se calhar não tenho, mas ainda me falta a varinha mágica para desaparecer deste filme de bruxas!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A dentista desistiu

O meu João (com 3 anos) já teve uma cárie que teve que ser tratada! Não sei se a primeira reacção desse lado foi igual à de uma pessoa a quem contei isso ontem que me disse "ai, os doces! a culpa é dos pais" (eu fiquei sem reacção, mas pronto... se calhar é mesmo nossa a culpa). Passemos à frente...

Na sua primeira ida ao dentista para tratar da tal cárie, a coisa correu muito bem. Lá esteve de boa aberta, a dentista foi muito querida com ele, e só no fim é que resmungou um bocadinho por estar cansado de ter a boca aberta durante "tanto" tempo.

Hoje foi necessário voltar ao dentista, porque caiu um bocadinho da massa que tinha posto.
Eu ia convencida de que tudo iria correr bem, sem grandes percalços para contar. Pois, enganei-me redondamente. Ainda a boca não estava bem aberta, quando começou a ladainha "dói, mãe!", "não quero, dói" e isto dito repetidamente, acompanhado de choro e de lágrimas. Depois de tentarmos várias coisas (eu saí do gabinete, a dentista foi extremamente paciente com ele; falou-lhe, explicou-lhe, mostrou que não doía...), a médica desistiu!

Eu queria resolver aquilo já hoje, mas a dentista sabiamente achou que não devíamos obrigar  para não traumatizar a ida ao dentista e agendámos nova consulta.

Eu fiquei danada, confesso! Conscientemente, sei que tenho que relativizar estas birras, mas cá por dentro fiquei danada! Perdemos todos tempo, ele fez uma real birra que eu não consegui contrariar e ele foi feliz e contente para a escola (com um buraco ainda maior no dente, porque ainda se conseguiu limpar um pouco) e eu cheguei ao serviço em modo neura. E para a semana lá tenho que pedir (a alguém pouco compreensivo para estas coisas) que tenho de faltar ao serviço durante algum tempo para que o rapaz vá novamente ao dentista e esperar que lhe "apeteça" arranjar o dente.

Alguém tem algum truque sábio para resolver estas contrariedades?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ora Zumba!

Esqueci-me de referir uma coisa de extrema relevância no meu “Zumba na caneca”. A professora de 2.ª feira do Zumba, está grávida de 13 semanas e "zumba" que nem uma louca na aula. Eu para além de pensar que sou uma franganota, porque apesar de não estar grávida, não consigo pular um terço do que a mulher pula, nem mexer a cintura como ela (nem perto disso), nem agachar-me ao nível que ela exige e faz, passo aquela aula preocupada com o bebé aos pulos dentro daquela barriga e volta e meia apetece-me gritar-lhe “acalma-te mulher!”.

Zumba na caneca

Desde o início de Outubro que voltei à tentativa de mexer o rabo e ginasticar o corpo para contrariar a tendência pessoal de parecer uma gelatina gigante (eu sou pequena, mas para gelatina é um tamanho significativo). Aos 36 anos, tive que assumir que o corpo já vai ficando menos resistente, para além de mais rechonchudo e flácido, o coração também dispara rapidamente numa subida de escadas. E isso não é bom!

Motivada por uma vontade de mudança de vida, para uma vida mais saudável e incentivada pelo maridão (que deve estar preocupado em ver-me em modo “lontrinha”), lá voltei, ainda que muito contrariada, ao ginásio. Gosto mais de fazer caminhadas, mas com a mudança de hora não consigo andar à noite sozinha, sem pensar na possibilidade de ser raptada! Assim, sendo, ginásio com ela.

Experimentei o Zumba! E olhem, rio-me à brava sozinha. Aquilo só é mesmo tão divertido para mim, porque não acerto um único passo com o resto das outras pessoas (eu gosto de rir de mim!) . Mas lá que a máquina mexe, mexe mesmo. Saio de lá com a cara tão vermelha como um tomate maduro, cansada e com dores musculares no dia a seguir. Deve estar a fazer algum efeito, portanto.

Ontem já acertei um ou dois passos (uma loucura!) e já estou tão habituada à minha aselhice dançante que já encaro esta falta de jeito com a maior naturalidade – afinal nem todos temos os meus dons e eu definitivamente tenho pés de chumbo. De tal maneira que, numa das aulas, o professor depois de rir bastante achou que devia de se justificar “eu não rio de vocês, rio com vocês, ok? Isso está muito melhor, hã!” (olhando, para mim). Mas, o ambiente é mesmo descontraído e naquele bocadinho a minha cabeça está liberta de outras preocupações. Fico focada apenas na preocupação de conseguir mexer pés e braços ao compasso da música e das instruções do professor. E olhem que é muita informação para assimilar ao mesmo tempo, até mesmo para uma mulher!

Batatas fritas!

Ontem, pouco antes dos miúdos irem para a cama, o meu filho mais velho falava comigo sobre o medo de não conseguir dormir:
- Oh mãe, e se eu hoje não conseguir adormecer?
- Hoje vais dormir melhor, vais ver. Já não estás tão agitado como ontem e sabes que não há nada que ter medo cá em casa. Os pais estão aqui para te proteger sempre.
- Sim, mas às vezes eu sei que não há nada a temer, mas ouço barulhos e não consigo dormir.
- Pois, eu às vezes também não consigo dormir.
- E o que é que fazes para adormecer?
- Olha penso em coisas boas!
- Pensas em quê?
- Penso em vocês, que estamos a passear…
- Já sei! Hoje se eu não conseguir adormecer vou pensar em batatas fritas!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lua cheia

Eu acho que tenho um síndroma qualquer de bipolaridade dentro de mim. Umas vezes sou optimista e completamente feliz e consigo manter o copo meio cheio, mas outras vezes fico em estado paranóico-depressivo e não vejo mais do que o copo meio vazio (quase sem água!). E quando estou nesta fase segunda fico em estado irritada comigo própria, porque na realidade reconheço que sou uma mulher de sorte, embora as coisas não me corram totalmente como gostaria (e a quem é que correr!?!).

E porquê que sou uma mulher de sorte? Porque tenho uma família deliciosa: 2 filhos saudáveis e lindos (por dentro e por fora) que se agarram a mim e dizem “és linda” (vou deixar este texto idílico e não descrever os momentos em que me põe verdadeiramente os cabelos em pé) e um super marido que amo de paixão e que sei que é o homem da minha vida (mantemos este momento idílico e não vou mencionar coisas menos românticas, como o facto de ele não ter percebido ainda que as meias não têm poder de levitação para irem ter ao cesto da roupa suja). Para além da família de casa que vamos construindo e nos dá momentos de belas gargalhadas e sorrisos de complexidade (não vou agora também mencionar os momentos e que me apetece ir à rua respirar fundo e limpar as lágrimas!), estamos rodeados da nossa família linda de ambos os lados e hoje destaco os sogros (duvido que alguém tenha sogros melhores que eu) e a minha super mãe (que o meu marido diz a brincar que nunca se divorciaria de mim, porque não pode perder a rica sogra! – digam lá se isto não é amor?) e depois há os irmãos e irmãs, sobrinhas grandes e pequenas, tios e tias, primos e primas, avós (mesmo os que já partiram têm um espaço especial no nosso coração e na nossa vida, seja pelas recordações ou pelos ensinamentos que vamos recordando). Depois, para além da família de sangue, temos a família do coração que são os amigos que escolhemos para partilhar a nossa vida e que nos acolhem numa amizade sincera!

Depois, para além das pessoas que me fazem sentir afortunada, há momentos vividos que são verdadeiros balões de oxigénio, como um fim-de-semana romântico passado a dois, as férias de verão em família, jantares de amigos, viagens (quando é possível) e que me fazem sentir uma parva, quando entro em profunda angústia depressiva.

Por isso fica aqui escrito: eu sou uma pessoa feliz, sou uma pessoa de sortes, por isso a minha lua deve estar sempre cheia ou a encher! :-)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Porquê que não pude ficar em casa?!?

Ontem tive um presente imprevisto de uma amiga que se cruzou na minha vida, inesperadamente, mas acredito que "propositadamente" para tornar os meus dias de trabalho mais fáceis. Um dia explico melhor esta amizade que é especial! Por hoje fica no ar a ideia de que partilho os meu tormentos do quotidiano profissional com uma amiga que me faz rir e (ela não sabe, nem imagina) mas ajudam-me a relativizar os problemas.

Dizia eu que ela me ofereceu um livro. O livro desta senhora.

Hoje, de manhã, ao pequeno-almoço li um bocadinho do livro (o possível tendo em conta as horas da manhã que correm). E muita gente estará agora a interrogar-se “mas ela consegue ler ao pequeno-almoço?!?”. Sim! Eu levanto-me cedo, despacho os filhote e o marido e ponho todos na rua, no seu caminho para a escola e trabalho e eu fico com um bocadinho só para mim e para o meu pequeno almoço em sossego (sabe tão bem!!!).

Mas, ainda não era bem sobre isto que eu vinha aqui desabafar!

É que eu estava a tomar o meu café com torradinhas, a ler o livro que me fazia sorrir, olhei pela janela por onde entrava o belo sol de hoje e pensei “e se eu dissesse que estava com uma forte dor de barriga e ficasse em casa na preguiça a ler o livro” (talvez devesse ter vergonha de assumir este pensamento, mas… é verdade, ele emergiu na minha mente!). Mas pronto, o peso da responsabilidade desceu sobre mim, eu larguei o livro, e assumi as minhas responsabilidades profissionais.

Mas, vim contrariada. Tão contrariada que tenho um sono que não me passa, nem à base de muita cafeína!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Animação familiar na feira

Este ano a feira ganhou um novo encanto para mim. Ver o sorriso no rosto dos miúdos (os dois já desfrutam bem daquela magia), aperceber-me da alegria deles ao ouvirem o barulhinho logo lá ao longe, sentir a animação deles a escolher o carrocel e a alegria depois da volta e ver a boca deles alegre e suja de canela com açúcar depois de uma fartura quentinha, faz-me esquecer que eu nem gosto muito daquela agitação. Mas, a verdade é que agora até gosto! Gosto de os acompanhar e de também dar uma volta no carrocel em família: “mãe, vamos todos andar na selva?”.

E este último fim-de-semana foi assim, aproveitando o bom tempo e o evento anual da nossa cidade que traz animação a pequenos e grandes neste ambiente de feira e carroceis.

Para o ano há mais!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Quem estará aí desse lado?

Aqui o ‘Lua’ tem tido algumas visitas e isso deixa-me sorridente! Gosto de pensar que partilho os meus pensamentos com alguém que aqui chega sem me conhecer até.
E penso: quem estará aí desse lado? :-)

Obrigada por andarem também por aqui!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Mãe, brincas comigo?

Hoje o meu João perguntou-me enquanto o vestia: Mãe, brincas comigo a fazer aquele jogo (apontando para um puzzle)?
Eu achei amorosa a pergunta feita logo de manhã, tão cedinho, ainda com os olhos meio fechados e respondi: Sim! Mais logo, quando voltares da escola!
E ele muito sério e de dedo espetado contrapôs: Logo se vê! Logo se vê!

O que é que isto tem de especial? Talvez nada, mas para mim foi uma real chamada de atenção, porque este "logo se vê!" costuma sair da minha boca, muitas vezes, porque tenho medo de prometer uma coisa que talvez não se vá cumprir. E a brincadeira, durante a semana, é uma coisa muito rara. Primeiro fazer o jantar, depois pôr a mesa, depois levantar a mesa, depois arrumar a roupa, depois... enfim, mil e uma coisas que depois de feitas são horas de ir para a cama. E lá se foi o tempo para brincar.

A verdade é que eles não me costumam cobrar isso, mas às vezes lá vem um desabafo "tu nunca tens tempo para brincar!" ou "estás sempre a trabalhar!" e eu cá fico com o coração apertadinho e depois à uma verdade terrível que eu escondo só para mim: eu não gosto muito de brincar! Isso fará de mim uma má mãe?!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Motivações partilhadas

Hoje ao ler istoneste diário delicioso, rasguei um sorriso !
É um espaço que gosto muito de visitar e hoje identifiquei-me muito com esta motivação para uma dieta.
Houve uma altura inconsciente da minha vida em que achei que podia comer tudo o que me apetecesse que nunca engordaria por aí além. E porquê que pensava assim? Porque na minha juventude era mesmo assim... nunca pensei se podia ou não comer um gelado todos os dias.
A minha alimentação também não era propriamente uma desgraça, mas o gostar de comer, de cozinhar e de provar um bom vinho, em conjunto com o passar dos anos, fez de mim uma mulher mais redondinha. Depois da segunda gravidez, o corpo não voltou ao que era. E fui-me habituando àqueles 5 kgs a mais.
Mas este ano, comecei a sentir que a roupa queria rebentar, que a cara estava mais inchada e todos à minha volta me pareciam bem mais magros do que eu. Depois, veio o verão e todas as extravagâncias gastronómicas que me animam (uma sangria aqui, um gelado ali, muitos petiscos, caracóis com pão com manteiga, vinho verde fresquinho, umas caipirinhas!) e pronto foi uma desgraça.
Depois do verão olhei para algumas das fotografias tiradas e pensei "já chega". E aliada ao marido iniciei uma dieta, pela primeira vez na minha vida.
Já lá vai um mês! As coisas correram bem: o peso baixou e habituámo-nos a uma alimentação mais regrada, mais saudável. A minha motivação é mesmo a procura de me sentir melhor, de me sentir mais bonita. E a verdade é que até me sinto!
MAS.... falta-me uma parte. Falta-me o exercício físico. Podia arranjar mil e uma desculpas para a ausência dele na minha vida, mas a verdade é apenas uma: não gosto, aborrece-me e sou preguiçosa.
Ainda assim, impulsionada pela vontade de uma vida mais saudável, e porque o corpo com a idade vai perdendo resistência, elasticidade, tonicidade e brilho, e eu sei que a prática de desporto ajuda a melhorar a nossa máquina vital, comecei a fazer umas caminhadas e umas tentativas de correr.
Preciso de aumentar a minha motivação nesta matéria. E hoje o testemunho da Catarina ajudou-me, de alguma forma... depois do trabalho lá calcei as sapatilhas e corri andei depressa 6 kms.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Língua de trapo

O meu filho mais novo, o João que tem 3 anos e meio fala muito, mas tem um vocabulário muito próprio:

- põe o 'pacacete' na cabeça
- diz que o mano foi ao karaté no 'parvalão'
- e veste as 'nhecas'

sábado, 12 de outubro de 2013

Parabéns mano-pai

Sou a menina dos manos… cheguei imprevisivelmente fora de tempo, como diz a minha mãe (agora) a sorrir e por isso tenho irmãos (2 manos e 1mana) muito mais velhos do que eu. Agora que já sou uma adulta (é verdade, algum dia teria de assumir esta realidade) a diferença já não é assim tão notória, mas há uns tempos atrás era e eu passava, algumas vezes, por filha de qualquer um deles.

Gosto muito de todos eles! Não existe aquela cumplicidade de irmãos que outros de idades mais próximas terão, mas existe outro tipo de cumplicidade e um amor fraterno que nos une em volta da mãe muito especial que temos.

Mas, hoje as minhas palavras recaem sobre o mano mais velho, o mano Zé. O mano de bigode, o mano que nos meus anos tenros fazia de pai, recebia os presentes que me obrigavam, na escola, a fazer no dia do pai, pegava-me e mimava-me ao colo, jogava comigo ao elástico, acompanhava-me nas festas das minhas etapas da catequese, levava-me o leite à cama quando chegava à noite das suas saídas de jovem (eu nem dormia descansada a pensar tinha de o ouvir chegar para pedir o leitinho!). Já mais tarde era ele que me levava às discotecas (a mim e às minhas amigas), ficava no carro à nossa espera e depois levava cada uma das amigas à porta da sua casa! Quando tirei a carta, pôs-me o carro dele nas mãos e foi ao meu lado, ver espetar-me numa parede e mesmo assim insistiu que continuasse a conduzir o carro. E o mais comovente de tudo isto, é que sempre fez tudo isto com um sorriso nos lábios, com uma dádiva que não reconheço em ninguém como a ele.

É o tio que senta os sobrinhos no colo e os deixa fazer tudo... até “chafurdarem” no prato onde está a comer.

Se ouve que alguém precisa de ajuda, de boleia, de companhia... ali está ele sempre pronto.

Na minha festa de finalistas comoveu-se ao ver-me abanar a pasta com as fita e comoveu-se no dia em que me levou pelo braço, ao altar, no dia do meu casamento. E eu tive um orgulho gigante de ser ele a acompanhar-me naquele dia especial.

Ainda hoje pergunta pela menina (eu!) se está boa a menina! E se a menina diz que já não tem laranjas ou limões, lá está ele à minha porta com os citrinos acabados de colher, por ele, na horta.

É uma pessoa boa! Daquelas que se esquecem deles próprios para serem felizes com o bem estar dos outros.

Não tem defeitos? Deve ter, afinal todos temos! Mas, nele não têm qualquer importância quando o coração lhe é tão grande!

Dificilmente, alguma vez vou conseguir agradecer-te este amor e explicar-te o orgulho que tenho em ser tua mana, ainda assim tu sabes que gosto muito de ti!

Parabéns mano Zé!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Missão descomplicar

É impressão minha ou os adultos são muito complicados?
Às vezes a solução é simples e não requer nada de complicado e nós andamos às voltas com medo... sem agir!
Hoje tive novamente a prova que as coisas são simples, nós é que complicamos e complicamos em demasia. Andei nervosa, muito nervosa, com perdas de sono que um simples telefonema e um sorriso no outro lado da linha apaziguaram.
Depois, fico irritada comigo mesma a pensar "mas porquê que teimas em complicar, porquê que sofres por antecedência?" e fico a martirizar-me mais um bocadinho!
Bolas... bem dizem os homens que as mulheres são muito complexas (eles dizem complicadas, mas eu quis dar algum charme à coisa!).


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Aperto de mãe

Quando os meus filhos estão doentes, é um aperto no coração. Pode não ser nada de especial, pode até ser uma ferida pequenina, mas saber que eles não estão bem, que há uma dor que os entristece, que aquele mau estar lhes afeta o sorriso, é um aperto no meu coração de mãe.
Ao André está doentinho. Uma virose qualquer que lhe provoca dores de barriga, dores de cabeça e um mau estar que o leva às lágrimas. Agarra-se a mim e ao pai na expectativa de que aquele abraço lhe minimize a dor, mas infelizmente aquele calor paternal não chega. E isso lembra-me o quão impotentes somos!
Sei que amanhã já deve estar melhor e que depois vem a energia habitual que nos faz esquecer estes momentos e perceber que afinal fazem parte da vida.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A fada dos dentes

A fada dos dentes ontem passou lá por casa!
É verdade o André está mesmo crescido e aos 7 anos, depois de andar muito triste porque a ele ainda não tinha caído um dente, porque era “o único” com a dentição de leite completa e depois de muita ansiedade, lá saiu o primeiro dente de leite.
E como quem sai aos seus não degenera (neste caso à mãe) o primeiro dente teve de ser extraído no dentista, porque o novo rebentou e outro não abanava. E foi um valente, depois de um nervosismo inicial, sentou-se corajosamente na cadeira e diz que não doeu nada.
Não fomos nós que motivámos a conversa da fada dos dentes, mas à volta dele todos lhe criaram esta fantasia (colegas da escola, amigos e avós) e pronto… ela teve mesmo que passar lá por casa e deixou umas moedinhas! Não levou o dente, deixou-lho porque ele se tinha portado muito bem.
De manhã estava muito contente (acho que nem dormiu bem!), contou-nos que tinha recebido um presente, mas no final muito astutamente perguntou ao pai: “foste tu que deixaste lá as moedinhas?”. Sem resposta, perguntou-me a mim “a fada dos dentes existe?”. Eu sorri e perguntei-lhe: “o que é que tu achas?”. E ele respondeu a sorrir: “acho que é um mistério”. No fundo, ele sabe que a fada dos dentes somos nós, mas quer sonhar com a existência desta figura mágica. E é bom vê-los sonhar!

sábado, 28 de setembro de 2013

Cheiro a Outono

Lá fora vejo as gotas da chuva na janela. Aqui, no aconchego do lar, está quentinho, mas lá fora o dia está cinzento.
Para mim, todas as estações do ano têm o seu encanto, apesar de preferir o verão. O outono sabe a mudança, cheira a conforto do lar, cheira a bolinhos caseiros a sair do forno... e é tão bom, partilhar este dias em família.
Para já, é uma manhã de trabalho, mas a tarde será para o riso das crianças!

Tenham um bom fim-de-semana.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pés molhadinhos

Desconfio que já é hora de ir buscar o calçado de inverno e trocar as malas.
Desconfio que andar de sandálias e de mala de cor coral, com esta chuva e vento já não fica muito bem. E nem é confortável... tenho os pés molhados!

Mais uma tentativa

Chego aqui com mais uma tentativa de escrever com maior regularidade.
Na verdade, faz-me bem... gosto de teclar estas coisas que vão cá dentro. Mas, o tempo... ai o tempo, é curto para tudo o que quero fazer e, tenho que ser honesta, a preguiça também é lixada!

Não tenho paciência

Esta manhã, enquanto se tomava o pequeno almoço e durante os preparos dos miúdos para a escola gritei umas 1452 vezes "não tenho paciência" e às vezes com o reforço "não tenho paciência para isto".
Desde que eles saíram de casa, felizes e contentes, e com um beijinho para esta mãe desnaturada, que eu penso nesta minha falta de paciência com peso na consciência.
Os meus lindos filhos (que também sabem ser uns belos pestinhas) têm uma mãe sem paciência. E quem é que quer ter uma mãe sem paciência?
A paciência é daquelas coisas que desce sobre as boas mães para lidarem, com sapiência, com as birras dos filhos! E porquê que a mim me falta tanta, tantas vezes e ainda por cima grito em bom som para todos ouvirem e saberem que não tenho paciência.
As birras de hoje foram "não quero vestir calças" (o rapaz mais velho tem dores de garganta, está todo entupido, o tempo está do mais outonal possível, mas ele queria ir para a escola com traje de praia!), "não quero calçar esses ténis" (o menino mais novo tem uma veia de conselheiro de moda e tece sempre muitas considerações matinais sobre a roupa e sapatos que tem para vestir). Para além destas dificuldades, houve a dificuldade para comer, para beber... para lavar os dentes e até para fazer xixi.
Pronto... eu sou uma exagerada, porquê esta minha falta de paciência!?!?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

E lá vai ele

Hoje o meu menino mais velho vai numa visita de estudo com a escola. E esta é mais longe, não é aqui ao lado...
Ele saiu numa excitação tão doce, com um brilho nos olhos e um grande sorriso. Levantou-se à primeira chamada, às 6h da manhã, sem uma única refilice! Eu estive a preparar as coisas e a dar-lhe alguns conselhos e indicações sempre a sorrir, mas com o meu coração bem apertadinho.
Gosto que sejam meninos desenrascados, independentes e prontos para a descoberta sem o medo de largar a saia da mãe e a verdade é que são mesmo. Mas, o coração de mãe anda sempre preocupado e quase que fica triste por ver que não têm qualquer problema em afastar-se por u bocadinho!
Sei que vai correr tudo bem!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Lua preguiçosa

Sou preguiçosa! É verdade, não vale a pena tornear esta questão. Gosto muito de papas e descanso e às vezes daquele descanso mesmo de papo para o ar sem mexer um dedo!

Mas... perguntem-me quantas vezes consigo satisfazer este meu lado preguiçoso!

NUNCA!

A verdade é que há sempre responsabilidades a gritar mais alto e nunca consigo entregar-me a este estado "vegetal"!

Quando chego ao final de um dia e olho para trás e vejo que consegui fazer muita coisa, que a agenda foi cumprida, que consegui ser "uma mulher" de governo como dia a minha querida mãe, sinto-me muito bem!

Ontem às 10 da noite parei. Olhei para trás e vi 8 horas de trabalho na empresa, 1 hora para compras, 3 horas de faxina doméstica com direito a aspirar, lavar e arrumar e ainda algum tempo para uns beijinhos aos filhotes, umas conversinhas e um aconchego na hora de ir para cama.

Assim que sentei o rabo no sofá e comi uma tosta preparada pelo maridão, comecei a sentir um cansaço grande, o corpo dormente e pufff adormeci!

Isto faz-me acreditar que as nossas forças vão muito para além daquilo que pensamos ter. Quando temos que virar tudo do avesso viramos mesmo, não só nas arrumações da casa, como nas arrumações da nossa vida!

Continuo a achar que sou preguiçosa, só não posso é dar atenção à preguiça! :-)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Onde andas bom tempo?

O sol e a temperatura quentinha andam por parte incerta!

E já falam que não vamos ter verão que o calor estival chega lá para Outubro e andam o país desanimado.

É mais um desânimo a juntar-se a tantos outros desgostos que vivemos diariamente, como o trabalhar mais, ganhar menos, noutros casos nem há trabalho, é a corrupção do "sr. não sei quantos" e mais os clubes de futebol que não animam as grandes massas.

E é isto. Andamos todos aborrecidos, porque parece que não chegam boas notícias a terras lusitanas.

Não quero deprimir os meus 5 leitores que amavelmente vão espreitando a minha lua, mas realmente ando aborrecida com esta ausência de bom tempo.

Também sei que tenho outras razões para sorrir e é nessas que me devo focar, mas às vezes fico de lua minguante… é isso!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O “Ok” masculino

Troco diariamente e-mails com o meu marido. Sim, em casa há sempre muito barulho, muito “oh mãe” e “oh pai” e somos constantemente interrompidos quando estamos a conversar. 

Quando os miúdos vão para a cama (e até vão cedo) é hora de acabar os afazeres domésticos e escutar o silêncio. 

Portanto, durante o dia trocamos e-mails para os recados diários, como não te esqueças de comprar legumes, esqueceste-te do fato do karaté, e outras coisas sem qualquer interesse para terceiros, serve também para perguntar se está tudo bem e até para reforçar “amo-te” e beijinhos. 

Tudo bem até aqui, certo? Nada que mereça qualquer comentário, não é verdade? 

Pois não, não é verdade ou não fossemos nós, mulheres, muito exigentes, algo complexas e até um pouco dadas ao novelesco. 

Então, não é que normalmente ele me responde apenas “OK”! Quer dizer, eu sei que os homens não são dados a muitas palavras, são até bastante concisos e analíticos, mas para mim deixa-me alguns dilemas: “Ok” para todas as minhas perguntas? “Ok” só para alguns aspectos? Ou “Ok”, não me melgues mais? 

Ah, às vezes também sou premiada com um “bjs” e fico roída “quer dizer, já nem mereço um b-e-i-j-i-n-h-o-s com todas as letras? 

Questiono-me porquê que os homens têm medo das palavras. Falam pouco e, é provável, que achem que falemos de mais, mas quando é escrito… ui, aí o poder de síntese é bastante mais colossal! 

A minha grande preocupação no meio de tudo isto é que sou uma mulher rodeada por três homens lá em casa e o poder de síntese dos mais pequenos já é grande: “como correu a escolinha?” “boa” ou “o que fizeste com os avós?” “muita coisa”. E pronto, uma mulher quer saber mais coisas, e fica nesta “angústia”! 

A sorte é que sei perfeitamente que os homens lá de casa me amam de verdade e às vezes sou premiada com conversas maravilhosas e isso alimenta-me para os “telegramas” do dia-a-dia.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Família que enche o coração

Ontem foi dia de festa para a minha família e foi uma festa que me encheu o coração.

O Joãozinho foi batizado e reunimos a família e os amigos de longa data. Para além da alegria de saber que ele recebeu Jesus no seu coração, e acredito que a força de Deus o faça crescer um menino mais feliz, foi bom ter a família de sangue e a família do coração, como gosto de chamar aos amigos verdadeiros, por perto em alegria e convívio.

Agrada-me ver que, apesar das diferenças que existem na vida de todos, quando fazemos a chamada para nos reunirmos eles dizem sempre que sim (mesmo tendo que vir de longe e tendo que abdicar de outras coisas importantes na vida deles, como o jogo do Benfica de ontem) e com simpatia, carinho e amizade juntam-se a nós.

Para mim, estes dias enchem-me o coração, porque vejo os meus filhos a crescer junto dos avós, dos tios, dos primos, da bisavó, dos amigos, dos amiguinhos (filhos dos nossos amigos) e que vão absorvendo também esta alegria de crescer junto desta “nossa gente”. E eu sei que um dia esta união familiar vai fazer uma diferença positiva na vida deles. Na minha faz e na deles também já vai fazendo!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

36 Anos

Dia de Anos

Com que então caiu na asneira
De fazer na «sexta»-feira
«Trinta»e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
No que vem agora aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo. Coitado!

Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos (não creio!)
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!

João de Deus

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Amo-te, querida mãe

O dia assinalado para celebrar as mães foi ontem – o Dia da Mãe!

Faria sentido que ontem tivesse escrito qualquer coisa para marcar o dia e essencialmente para homenagear a grande mãe que tenho! Mas, a verdade é que o dia foi agitado, com vários compromissos, entre eles, mimando a minha mãe e a mãe do meu marido (a minha sogra), por quem também tenho um carinho especial, e recebendo mimos dos meus filhos.

Também sou mãe… mãe de dois filhos lindos que me ensinam cada dia a ser melhor, a ser mais tolerante, a ser mais bondosa, a ser mais paciente… embora, algumas vezes, em dias de birras e maus comportamentos (também têm) eu fique suspensa e esqueça que ser mãe também é encarar com amor estes momentos difíceis e nem sempre a paciência é minha amiga.

Acho que nunca vou conseguir colocar em palavras a admiração e o amor que tenho pela minha mãe. Desde cedo que lhe reconheço um caráter especial, uma força quase sobre-humana de vencer e um amor de mãe titânico que tem por os filhos e pelos netos, sempre sem pedir o mesmo amor em troca.

Para compreender esta maneira de ser especial que eu gostava de um dia conseguir dizer, é preciso perceber que é uma mulher nascida nos anos 40, num Alentejo profundo, a segunda filha de 8 filhos que não pôde ir à escola, porque tinha outras responsabilidades demasiado pesadas para uma criança (mas, na época era assim!): ajudar a cuidar dos irmãos e das lides da casa.

Era uma linda rapariga (e ainda hoje é uma linda mulher), muito cortejada pelos jovens da aldeia. Olhos azuis como o mar que só conheceu muito tarde, cabelos loiros como o sol que lhe torriscava a pele, enquanto cumpria as lides do campo e as lides domésticas que se faziam ao ar livre, como lavar a roupa no ribeiro e carregar a água do poço. Corpo elegante, tão elegante como eu gostava de ser, mas a mim os genes das pernas gordas do lado paterno sobrepuseram-se aos genes magrinhos dela.

Ainda que com apenas metro e meio de altura (este gene já me calhou a mim), os rapazes não ignoravam a sua presença nos bailes e nunca se sentiu baixinha. E com razão, porque é, sem dúvida alguma, uma grande mulher.

Contra simpatias da família, casou por amor com o único homem que lhe fez palpitar o coração e rumou a sul, enquanto a restante família foi construindo vida na zona da capital.

Viveu, e vive, com humildade, para a família, aceitando a ajuda dos vizinhos que ainda hoje recorda com carinho, e para as responsabilidades da casa. Trabalhava no campo, de sol, a sol e não ambicionava muito mais, desde que a família estivesse unida.

Do seu ventre saíram 2 filhos e 2 filhas, uma das filhas (eu) já chegou tardiamente, quando ela tinha 38 anos, e chorou porque, na época, já não era idade para ter filhos. Acho que, no fundo, a sociedade da altura achava que nessa idade os casais já não teriam uma vida sexual e ter filhos era dizer aos vizinhos que afinal ainda viviam uma intimidade.

Ela conta-me sobre esta vergonha de me ter tido na barriga, mas isso nunca me entristeceu! Sei que sempre me amou e que a revolta era para os que lhe apontavam o dedo e não por mim. Sorriu, ao recordar isto e a pensar que hoje em dia, muitas mulheres são mães pela primeira vez com esta idade!

Enlouqueceu, literalmente, com o coração destroçado e a cabeça em mil e uma preocupações, quando o marido saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Quer dizer, ainda voltou algumas vezes com o perdão dela, mas nunca definitivamente, até ao dia em que ela lhe fechou de vez a porta do coração.

Com uma filha de 4 anos, por ciar, como se dizia na época, com um filho numa cama de hospital em coma sem saber se o iria voltar a ver acordado, outro filho que lhe dava preocupações e uma filha casada que precisava da ajuda dela… esta poderia ter sido o início de uma história de drama infindável, mas não foi!

Bateu no fundo da tristeza, mas a mola da esperança, impulsionou-a com uma garra imensa para ultrapassar sozinha problemas e dificuldades que nos fizeram a todos crescer e acreditar que podemos lutar por dias melhores, ainda que o presente possa parecer sombrio.

É engraçado como ao escrever estas palavras, e recordo estes momentos muito bem, sinto que fui uma criança feliz e sou uma mulher feliz. Acho que porque, apesar de momentos muito difíceis, vividos com grandes dificuldades financeiras, nunca nos faltou o amor de mãe, um amor que coloca acima de tudo e de todos, os filhos e os netos que foram acrescendo à família, nem nunca me lembro de sentir que não ter determinadas coisas, que eram próprias para crianças e adolescentes na época, me entristecessem ou me frustrassem.

Não quis resignar-se às dificuldades e foi lutando por uma vida melhor, para ela e para os seus. Sem estudos, sem saber juntar as letras ou entender especialmente os números, aprendeu a escrever o nome completo, porque não queria que no B.I. aparecesse em vez da assinatura  as palavras "não sabe escrever" e aprendeu muito bem a fazer as contas que compunham a sua vida. Nunca se deixou enganar e ainda hoje não há ninguém que resolva um problema da vida melhor do que ela.

Na cidade encontrou uma vida melhor, trabalhando na casa de muitas famílias a quem deixou que lhe ensinassem muitas coisas e a quem dedicou amor, como se fossem parte dos seus.

Hoje, com 73 anos, não se deixa abater pelas dores que querem entrar nos ossos e continua a lutar, a lutar essencialmente pelo bem-estar da família. Como somos muitos, há sempre coisas a acontecer, e às vezes são más… doenças, arrufos, rebeldias, etc, mas ela está sempre na linha da frente de tocha de esperança içada a dizer sigam-me, vamos resolver o problema.

Questiono-me todos os dias, onde é que aquele corpo franzino vai buscar tanta força e como é que aquele coração ainda consegue encher mais um bocadinho!

Embora seja simpática, não é daquelas pessoas de simpatiazinha fácil. É determinada, muito refilona e muito frontal no olhar e às vezes nas palavras. Não gosta de injustiças, por isso luta como uma leoa pela equidade. Nunca teve medo do trabalho e trabalha com uma força tal que com esta idade ainda pinta a casa sozinha, empurra móveis, põe-se em cima das mesas e só nos conta quando já está feito, sempre com a desculpa de que nós temos a nossa vida e que não quer atrapalhar, pedindo ajuda. Nem fica com remorsos que isso nos deixe (aos filhos) fulos!

Recentemente apoiou os filhos, na partida do marido (marido, porque nunca se divorciou, nem nunca teve outro amor)! Abraçou-os e chorou com eles ao lado do caixão daquele que escolheu um dia partir, mas que tarde voltou para perto desta família. Soube dar-lhe o perdão, ainda que não tenha voltado a abrir-lhe a porta do seu coração. E quando foi preciso, abnegou -se de qualquer orgulho que se pudesse imaginar e ajudou a cuidar dele num momento de vida difícil. Deixou que os filhos dele, da outra mulher, lhe chamem tia e sorri.

A vida deu-lhe 5 netas, 2 netos e uma bisneta, e luta por eles, com o mesmo afinco que tem pelos filhos, com o bónus de um carinho ainda mais especial.

Gosta dos nossos mimos, e acho que nunca lhe vamos conseguir dar todo o amor que ela merece. Gosta de nos ver juntos e a rir! Ama os abraços dos netos, tanto dos pequenos como dos grandes! Sorri quando ouve chamarem-lhe bisavó! Não gosta de dormir, nem de preguiça, numa atitude de quem quer aproveitar todos os segundos da vida. Gosta do meu marido e mima-o como se filho fosse, com um grande respeito. Gosta de coisas doces e não se deixa vencer pelas amarguras da vida!

Raramente, lhe ouvimos dizer “no meu tempo”, porque na realidade ela nunca se deixou envelhecer no passado e vive cada dia com a certeza de que este também é o seu tempo.

Fala da partida dela de um dia, com uma naturalidade que me irrita, porque gosto de senti-la como imortal.

É uma mulher boa, sem dúvida, mas não é aquela bondadezinha… é amor, uma amor maternal que vive em todos os momentos!

Não sabe ler, não sabe escrever, não sabe bem contar, mas sabe AMAR!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Rio, rio, rio... rio p'ra não chorar

Gosto de amigos que me fazem rir!
É verdade... gosto de rir. Posso parecer uma pessoa mais introvertida, mas gosto de soltar umas boas gargalhadas.
E até gosto de rir naqueles momentos em que não é suposto rir! Sim... sou um bocadinho louca. Mas, já alguém dizia que "de poeta e louco todos temos um pouco".
Tenho uma colega e amiga com quem gosto de conversar e de estar, porque juntas rimos muito... e mesmo em momentos mais dramáticos, conseguimos arranjar alguma coisa que nos faça rir. No final, conseguimos relativizar as coisas.
A C. fala muito (e eu gosto de a ouvir) e consegue encontrar um tema para rirmos, mesmo que às vezes pensássemos que não conseguiríamos rir.
Rir alegra a alma, balança o nosso corpo, oxigena as nossas entranhas e desmancha a nossa pose. Saber rir de nós, ajuda-nos a entender melhor os outros na humildade e permite-nos conhece-nos melhor.
Saber fazer rir os outros é um dom que vem de quem tem um coração bom que enche quando os outros riem.
Não falo de risos de comédias ensaiadas ou anedotas premeditadas, refiro-me a risos da vida, na vida e para a vida.

Levante o braço quem gosta de rir! :-)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Lua minguante#1

Sabemos que precisamos, urgentemente, de tirar um tempo para nós quando...

... deixamos acabar o perfume e não temos nem tempo nem paciência para ir comprar outro e usamos o perfume que o filho recebeu de oferta quando fez 2 anos!!!


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Bom dia, bom dia

Hoje venho aqui deixar apenas um sorriso! :-)
Que o sol de hoje ilumine o nosso dia e que nos faça ver a felicidade nas pequenas coisas, nas coisas simples que preenchem o dia!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O lado cinzento da minha primavera

Gosto de dias de sol.
Gosto dos dias de sol de inverno quando está frio e temos que nos agasalhar bem, mas o sol ilumina o dia e aquece o nosso rosto!
Mas, gosto especialmente dos dias de sol da primavera. Parece que começamos todos a descongelar do inverno, as roupas coloridas rejuvenescem-nos e os sorrisos começam a ser mais constantes.
Eu preciso desta fotossíntese: ter sol e estar perto da água!
Mas, se este bom tempo tem este lado positivo de tudo parecer mais bonito e colorido, desperta em mim um lado mais cinzento. Sei que parece estranho e contraditório, mas é como se eu própria precisasse de  virar do avesso as coisas que não estão bem. Preciso de uma ressurreição primaveril interior e para isso é preciso "morrer", ou seja é preciso chafurdar bem cá no fundo e tirar, sem medos, aquilo que não está bem.
Depois, sim, é só desabrochar para as alegrias que a vida nos oferece!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um luto colorido

Querido pai,

Hoje vesti uma blusa bordeaux (para ti, e para a para a maioria dos homens, é encarnada ou vermelha).

Morreste há cerca de um mês e meio… pelo que esta minha atitude pode ser vista aos olhos exteriores como uma falta de respeito! Ainda por cima, porque os manos exteriorizam ainda a dor na cor preta que faz parte das suas vestes.

A verdade é que a palavra respeito entre nós nunca foi colocada, não por falta de respeito, mas pela distância que a tua ausência durante 20 anos da minha vida, da nossa vida, criou.

Sabes, talvez nunca tenhas pensada muito nisto, mas fizeste-me falta. Tenho na memória de em pequenina me questionar, porque terias desaparecido das nossas vidas! Também me lembro do sofrimento grande da mãe, sozinha com 4 filhos e um deles (eu) tão pequenino. Foi uma dor tão grande que a levou, literalmente, à loucura! Foram momentos difíceis, como também foi difícil todos os anos em que no dia do pai, na escola, eu tinha que fazer um presente e não tinha a quem o dar! Foi sempre ao mano Z., o mais velho, que simbolizou a imagem de pai lá em casa e era ele que recebia esses mimos paternos, mas eu sabia que era só a fingir!

Também sentia a tua falta nos meus natais de criança… Tínhamos muitas dificuldades financeiras e por isso o meu Natal não era como o dos outros meninos. Mas, o que me fazia mesmo falta nesta altura, era o pinheirinho que costumavas trazer no dia de Natal, amarrado na tua motorizada, para enfeitarmos. O pinheirinho que tu trazias da limpeza das árvores que tão bem sabias fazer (as outras pessoas, as que melhor te conheciam diziam que eras o melhor a cuidar das árvores).

A tua falta foi-se esvaindo em mim. A mãe foi uma corajosa, como sabes, e deu a volta por cima das dificuldades e conseguiu seguir em frente, amparada pelos filhos e pelo amor que se vivia, e vive, entre nós e também com a ajuda dos vizinhos bons que fizeram partes da nossa vida!

Por isso, eu aprendi a viver sem pai e a responder às pessoas que me perguntavam pelo meu pai sem problemas ou lágrimas. Nas fichas da escola eu preenchia sempre o teu nome e a profissão, mas não completava com a morada… eu não sabia por onde andavas.

Quando entrei para a universidade, fizeste-me chorar. Tu não sabes, não tinhas como saber, mas é verdade!

Para ganhar a bolsa de estudo, tive de justificar, numa entrevista, a minha vontade de estudar, os meus objectivos, e as minhas dificuldades financeiras. E na cabeça da psicóloga não era possível eu não saber do meu pai, não era possível que ele não contribuísse em nada e que a minha mãe nunca te tivesse exigido nada, judicialmente. E isto abalou-me! Senti uma raiva incomparável dentro de mim!

Mas, eu cresci… a minha atitude humilde também amadureceu e tu voltaste a aparecer nas nossas vidas, mais nas dos manos, do que na minha e entende-se porquê. Quando escolheste ficar noutro lugar, com outra família e noutra vida, eles eram todos já jovens… ou seja, tinham crescido com um pai e eu tinha só 4 anos.

A pedido dos manos e da mãe que nunca se divorciou de ti, e que no coração dela te perdoou (só esse perdão permitiu que ela cuidasse de ti quando precisaste), eu fui arranjando um espacinho na minha vida e no meu coração para ti. Estiveste presente quando me formei, quando me casei, no nascimento do meus filhos e eu falo a estes teus netos de ti. Falo-lhes neste avô, sem amargura, mas tenho pena de ter pouco para contar.

Aprendi com o tempo que tu terias uma razão para fugir (a tua razão!). E que talvez tenha sido até melhor para mim e que essa ausência tenha feito de mim a mulher que sou hoje (acho que não sou um mau exemplo da espécie humana)!

A tua doença e morte abalou-me como eu nunca achei que acontecesse!

E senti uma raiva dentro de mim por não ter a tristeza que outros filhos têm. Por não exteriorizar aquilo que aos olhos exteriores achavam que seria natural e correcto.

Mas, sabes que estive presente. Que foi com dor que te vi a definhar naquela cama de hospital e que foi com tristeza que me sentei ao lado do teu caixão!

Partiste e parece que nem fizemos as pazes!

Desculpa se também não fui uma boa filha… eu perdoou-te por não teres sido um bom pai, um pai presente.

A minha blusa vermelha não é alegria por teres partido, nem falta de respeito! É a exteriorização da minha sinceridade para ti e para o mundo e, no fundo, simboliza a vida feliz que eu tenho. E eu sei que, estejas onde estiveres, ficas feliz por saberes que esta tua filha é feliz e que hoje pensou em ti quando vestiu esta blusa bordeaux!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Síndroma domingueiro

Há uns anos atrás, vivia os fins-de-semana um pouco em angústia. Pensava demasiado no trabalho: nas coisas que tinham corrido mal ou bem na semana anterior e o que tinha para fazer na semana seguinte.
Não era melhor ou pior profissional por isso, mas vivia muito focada nas responsabilidades profissionais e às vezes colocava demasiada carga nas minhas costas sobre o trabalho.
Sabia que isto era mau, sobretudo porque não desfrutava dos 2 dias que deveriam ser de descanso, lazer e convívio.
Com a chegada dos filhos e a vontade tremenda de aproveitar estes 2 dias, fora do escritório, para a família e para mim (quando é possível), esta opressão de fim-de-semana foi lentamente desaparecendo.
E eu consegui esta pequena vitória de na sexta-feira, por volta das 20H, conseguir ir desligando o modo trabalhadora por conta de outrem e ir aproveitando as refeições em família com mais tempo, com maior qualidade, a preguiça matinal com os miúdos a saltarem na nossa cama, os momentos de namoro, os passeios… e esta tranquilidade é muito boa e é importante para recargar energias para a nova semana de horários apertados e de responsabilidades, às vezes aborrecidas!
Mas e porque isto à sempre um ‘mas’ na nossa vida, agora sofro daquilo a que chamo o ‘síndroma domingueiro’. Nos domingos ao final da tarde, fico, inconscientemente, com um humor diferente, uma certa neura, por saber que o fim-de-semana está a chegar o fim!
Agora preciso de aprender a reagir positivamente a este meu ‘síndroma domingueiro’.
Se alguém me puder dar umas dicas, eu agradecia… :-)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Coisas que não têm preço

É pena que este ambiente constante de crise e austeridade nos impeça de vermos as coisas que não têm preço.
Eu falo por mim... foco-me muito no medo do amanhã que pode ser de privações, que pode ser ainda mais difícil, e muitas vezes fico com os olhos enevoados e não aproveito o presente, a desfrutar as coisas belas que tenho à mão e que não têm preço: o sorriso daqueles que amo, uma dança improvisada ao som de uma música de que gosto, uma gargalhada, o riso dos filhos, uma boa conversa com o marido...
Esta noite desfrutei de tudo isso e não gastei um tostão!

O poder mágico do lar

Ontem tive um dia difícil. Daqueles dias em  que penso que todos os outros dias em que resmunguei muito, afinal não era difíceis... ontem é que foi difícil.
Meteu discussão com superiores no trabalho, choro (com os nervos saem-me sempre lágrimas) e uma náusea imensa, porque sentia que iria explodir e deitar tudo pelos ares.
As injustiças e as falsas 'boas pessoas' atingem-me de uma forma (até me falta a palavra) brutal.
O final do dia trouxe-me a casa e ao meu lar.
A abertura da porta para o outro lado, o lado da família, o cheiro da minha casa e o cheirinho bom que saía da cozinha foi o primeiro bálsamo para apaziguar o meu coração. Depois o abraço do mais pequeno, o beijo do marido, o beijinho do mais crescido.... a azáfama de banhos, pijamas, o pôr a mesa e as conversas banais de como correu o dia, o que foi o almoço, e por aí fora... arrematou para que eu conseguisse sorrir. Desabafei com o marido, liguei à mãe a perguntar se estava tudo bem e pronto... antes de ir para a cama consegui pensar que o mais importante estava ali.
Como por magia, aquele episódio triste de mágoa foi relativizado e o amor do lar venceu a neura!
Hoje o dia está de sol e tudo parece mais bonito!

Sejam felizes com as coisas simples da vida! :-)

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Filha galinha

Sou uma filha galinha!
É verdade, tenho um instinto de protecção muito grande pela minha mãe e fico com o coração apertado quando sinto tristeza na voz dela.
Também sou mãe e gosto de ter os meus filhos por perto da asa, mas como partilho a capoeira com o meu querido marido, sinto que sou mãe galinha q.b. e consigo encontrar algum equilíbrio,  vivendo as dúvidas e os impulsos a dois, sempre com a dose certa de bom-senso.
A minha mãe é uma guerreira, criou (muito bem) quatro filhos e ainda hoje é a matriarca da família, é a rocha que todos procuramos para apoio e carinho!
E eu não consigo senti-la mais em baixo... perco o sono, quero a todo o custo ajudá-la, animá-la... quero pô-la debaixo da asa e protegê-la das tristezas, porque acho que já passou por demasiadas.
Gostava de dar-lhe o presente da tranquilidade e que, nesta fase da vida, ela pudesse desfrutar da família que construiu (filhos, netos, bisneta, genros, noras, sobrinhos e outros familiares do coração) com serenidade e um sorriso sempre no rosto!
Não era justo que assim fosse?
Amo-te muito, mãe!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Lua gulosa

Comi uma bela francesinha preparada pelo meu maridão!
Soube-me muito bem! Mas... agora sinto que já estou a engordar!!!


Amizades que doem

Há amizades que doem.
Muitas pessoas afirmariam de imediato que se causa dor não é amigo.
Mas eu não estou a falar de uma dor causada propositadamente, mas de uma dor pela ausência.
São amizades que vêm de longa data, pessoas que partilham connosco os momentos mais importantes das nossas vidas, mas que, pela luta contra-relógio do tempo, desaparecem do nosso dia a dia.
Sei que se gritasse elas vinham a correr e se eu ouvisse o grito delas eu própria voaria para perto. Mas, o tempo corre tão veloz que, nas nossas angustias do dia a dia, nas nossas pequenas alegrias diárias e pequenas vitórias não estão aqui.
De tal modo, que me ponho a pensar que se calhar sei muito pouco sobre o estado actual desses amigos-
E isso faz-me doer!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Pedras na mala

Desde ontem que sentia a mala pesada e que sentia um tilintar na mala estranho.
Há pouco fui averiguar e... surpresa: eram pedras. Pedras recolhidas na praia durante o fim-de-semana pelo o filho mais crescido.
E fiquei a sorrir! Como as nossas malas se alteram com a chegada dos filhos e como é bom encontrar estes tesouros, no nosso dia a dia agitado, e recordar as brincadeiras com os nossos filhos.

Hoje sinto-me assim...

“Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar”

E esta insatisfação veio muito ao de leve, sem pedir licença, quase sem eu dar por ela. Mas, agora que a reconheço, está a minar os meus dias e a provocar um grande desassossego interior.

Não consigo ainda dar o passo para a fase seguinte:

"Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só"

Mas, o momento de acção vai chegar, eu sei que sim!

excertos da música de António Variações "Estou além"

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Filho mais velho - graçola

Depois de uma ida à praia...
- Mãe, limpa-me os pés.
E de imediato começa a cantar "Se eu vos lavei os pés, sendo Senhor e mestre" (cântico que se canta na celebração da última ceia, na 5.ª feira Santa, recordando o momento em que Jesus lavou os pés aos discípulos)

aos 6 anos

O que leva uma "criança" de 13 anos a querer fugir?

Quando ouço histórias destas, o primeiro pensamento é “alguma coisa estaria mal naquela casa. Provavelmente alguma raiva ou tristeza provocou aquela atitude.” No entanto, nestes dias, por proximidade a um caso deste género, já não tiro conclusões tão precisas e questiono profundamente “o que leva uma "criança" de 13 anos a querer fugir de casa, sem dó nem piedade pelos pais em sofrimento?”

Nestas idades, não se ouvem os adultos, muito menos os pais, e os amigos são as pessoas mais sábias do mundo e aquelas que eles respeitam.

E quando os “amigos” (coloco entre aspas propositadamente, porque me refiro aos falsos amigos) escolhidos não têm boas intenções e procuram estabelecer o caos nas cabeças ainda infantis, de quem procura crescer de imediato e a qualquer custo, como é que os pais podem gerir esta dor e como é que podem, para além do amor incondicional que têm pelos filhos, gerir e corrigir estes impulsos de adolescentes que comprometem estudos, amizades verdadeiras e o crescimento saudável para fugir, a qualquer hora do dia ou da noite, para junto de quem não lhes quer bem?

sábado, 6 de abril de 2013

Porquê lua descalça?

Não sei!
Lua, porque gosto de sonhar. Gosto de sentir a cabeça na lua, coisa que com a idade acontece cada vez menos. Parece que o tempo corrói os sonhos!
Descalça, porque gosto muito de ter os pés sem sapatos, de sentir o chão na planta do pé!
Resumindo, sou uma aluada com os pés bem assentes na terra.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Partida, largada, fugida

Um começo...
Tanto espaço para escrever... tantas palavras que se atropelam para sair.
A saudade de escrever, uma escrita apenas por prazer, há muito que me desafiava a entrar neste espaço tão infinito.
Aqui estou. Sem saber se voltarei, sem saber se conseguirei organizar as palavras com lógica, para registar tanta coisa que vai na minha cabeça e sobretudo no meu coração.
O primeiro passo está dado e as primeiras palavras estão lançadas!

Até breve!