sábado, 12 de outubro de 2013

Parabéns mano-pai

Sou a menina dos manos… cheguei imprevisivelmente fora de tempo, como diz a minha mãe (agora) a sorrir e por isso tenho irmãos (2 manos e 1mana) muito mais velhos do que eu. Agora que já sou uma adulta (é verdade, algum dia teria de assumir esta realidade) a diferença já não é assim tão notória, mas há uns tempos atrás era e eu passava, algumas vezes, por filha de qualquer um deles.

Gosto muito de todos eles! Não existe aquela cumplicidade de irmãos que outros de idades mais próximas terão, mas existe outro tipo de cumplicidade e um amor fraterno que nos une em volta da mãe muito especial que temos.

Mas, hoje as minhas palavras recaem sobre o mano mais velho, o mano Zé. O mano de bigode, o mano que nos meus anos tenros fazia de pai, recebia os presentes que me obrigavam, na escola, a fazer no dia do pai, pegava-me e mimava-me ao colo, jogava comigo ao elástico, acompanhava-me nas festas das minhas etapas da catequese, levava-me o leite à cama quando chegava à noite das suas saídas de jovem (eu nem dormia descansada a pensar tinha de o ouvir chegar para pedir o leitinho!). Já mais tarde era ele que me levava às discotecas (a mim e às minhas amigas), ficava no carro à nossa espera e depois levava cada uma das amigas à porta da sua casa! Quando tirei a carta, pôs-me o carro dele nas mãos e foi ao meu lado, ver espetar-me numa parede e mesmo assim insistiu que continuasse a conduzir o carro. E o mais comovente de tudo isto, é que sempre fez tudo isto com um sorriso nos lábios, com uma dádiva que não reconheço em ninguém como a ele.

É o tio que senta os sobrinhos no colo e os deixa fazer tudo... até “chafurdarem” no prato onde está a comer.

Se ouve que alguém precisa de ajuda, de boleia, de companhia... ali está ele sempre pronto.

Na minha festa de finalistas comoveu-se ao ver-me abanar a pasta com as fita e comoveu-se no dia em que me levou pelo braço, ao altar, no dia do meu casamento. E eu tive um orgulho gigante de ser ele a acompanhar-me naquele dia especial.

Ainda hoje pergunta pela menina (eu!) se está boa a menina! E se a menina diz que já não tem laranjas ou limões, lá está ele à minha porta com os citrinos acabados de colher, por ele, na horta.

É uma pessoa boa! Daquelas que se esquecem deles próprios para serem felizes com o bem estar dos outros.

Não tem defeitos? Deve ter, afinal todos temos! Mas, nele não têm qualquer importância quando o coração lhe é tão grande!

Dificilmente, alguma vez vou conseguir agradecer-te este amor e explicar-te o orgulho que tenho em ser tua mana, ainda assim tu sabes que gosto muito de ti!

Parabéns mano Zé!

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