sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Valerá apenas andarmos zangados com a vida?

Há pessoas muito zangada com a vida. Pessoas que, sem se aperceberem, dramatizam um bago de areia. E a vida não está fácil, é verdade, mas se escolhermos o caminho da fúria constante torna-se tudo muito mais difícil.

Ou serei eu que sou estupidamente ingénua?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Este país não é para pessoas

Hoje li isto e isto e chorei.

A verdade é que ando mais sensível do que o habitual… a vida não anda fácil e estou muito desanimada com a vida profissional, em variadíssimos aspectos, o que me deita a baixo.

Ao ler estas realidades que mexem com a dignidade de crianças e de doentes, foi um murro no estômago. Foi ver ali escrito, por quem profissionalmente vive estas amarguras, muito bem descrito com exemplos, sem floreados, o que eu, na realidade, já sabia (sim, porque não ando com uma venda nos olhos).

Esta falsa política economicista derruba-me e assusta-me. Mas, para que destino caminhamos nós, fazendo poupanças nos cuidados de saúde (nas coisas básicas!) e na educação das crianças que fará a diferença (positiva ou negativa) no futuro de um país que se quer desenvolvido e social?

Afinal, corta-se nas luvas para as operações e já se cortou, por exemplo, nos carros topo de gama dos nossos políticos? Finge-se que a educação igualitária e de integração, quando se analisam apenas e só números e nunca pessoas?

As perguntas dentro de mim são muitas e todas elas sem respostas. Ninguém tem as respostas, porque estas falsas medidas de poupança estatal são, isso mesmo, enganadoras. E trazem, diariamente, consequências avassaladoras nas vidas das famílias, nas escolas, na saúde e no dia-a-dia de cada um de nós que vai vivendo cada vez mais desanimado com este país que se esqueceu das suas gentes!

sábado, 23 de novembro de 2013

Chuva, chuvinha

Aqui no quentinho da nossa casa ouvimos a chuva lá fora. Sabe bem este conforto do lar.
Hoje é dia de acompanhar o André nos trabalhos de casa e no estudo para os testes que se avizinham.
Às vezes são momentos de tensão, porque não está para ali virado, porque começa a espernear, porque ouve o mano lá fora a brincar com o pai, e porque eu vou perdendo a paciência e ele muito astuto diz logo "já estás com aquela cara"!
Mas, hoje não há aborrecimentos de trabalho, nem stress, por isso tenho que ter mais calma e tentar passar-lhe essa calma.
Depois das obrigações há-de vir o lazer e as gargalhadas cá por casa.
Também gosto dos dias de chuva. Nestes dias em que podemos ficar em casa a aconchegar-nos em família. Aquecer a casa com o calor do forno que transformará uma uma qualquer mistura num bolo perfumado e, essencialmente, não ter pressas para a acertar nas horas.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Como prometido, o melhor do meu dia

:-) Os meus filhos já dormem!
A cozinha já está arrumada, a roupa a lavar... e a casa já está em silêncio. O maridão está nas cantorias e eu sentei-me agora a pensar "o que foi o melhor do meu dia?"
O dia foi, a bem dizer, cinzento. A neura andou em mim! De tal maneira que senti que devia de pedir desculpa ao meu marido por ter sido uma má companhia ao almoço e ter andado com cara de poucos amigos!
No meio de tudo isto o melhor do meu dia:
- As gargalhadas que dei ao final do dia com a ajuda da minha amiga C.
- O sorriso que o meu marido me deu, depois das "desculpas"
- Os beijinhos dos meus filhos quando chegaram da escola
- Ouvir os gritos do marido e do filho mais velho a comemorar os golos da Selecção

Epá... afinal encontrei vários momentos bons neste dia tão cinzento!!!!

Hoje não escrevo...

... porque se escrevesse era um conjunto de palavras a compor um texto depressivo!

Para contraria este meio espírito de querer zangar-me com o mundo, vou ao final do dia obrigar-me a pensar no melhor do meu dia! Uma onda de boa energia que se está a espalhar na blogosfera e que me parece uma excelente ideia! :-)

Vou manter-me zangada sozinha e ver se no final do dia consigo tirar uma coisa (ou quem sabe mais) positiva.

sábado, 16 de novembro de 2013

Sozinha, mas pouco

Desejo muitas vezes estar sozinha. Sem barulho, sem a preocupação das refeições, das horas agendadas para isto e para aquilo.
Hoje estou sem os meus homens e achei que ir aproveitar ao máximo!
Que parva que sou. Pareço perdida... sem saber muito bem o que fazer e, ao mesmo tempo, querendo fazer tudo o que habitualmente não consigo. Depois, entre os desejos vou ler um bocado, ah afinal não, vou apanhar sol... ah, afinal vou aproveitar o sofá e a televisão só para mim, perco-me com pensamentos "o que estarão a fazer?", "será que foram bem agasalhados?", "o que será que vão almoçar".
E, pronto, afinal não sou tão independente como achava que era!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Conversas domésticas

Eu: Colei a minha bota que já parecia a bota botilde.
Ele: Colaste como?
Eu: Com cola (?!?). Com a cola que tu compraste, própria para sapatos.
Ele: Hummm! E leste as instruções?
Eu: Instruções?!? Não!
Ele: Como é que colaste?
Eu (a não acreditar que estávamos a ter esta conversa): Pus a cola e apertei a sola na bota.
Ele: Ah! Aquilo é preciso deixar a cola secar e só depois é que se aperta!

Olhei para ele com um ar “não me aborreças com esta conversa”, calcei a bota e fui-me embora. Espero que a cola não me deixe ficar mal e não me caia a sola do raio da bota!

Pergunto eu agora: Vocês lêem as instruções dos tubos de cola?!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Prova de vinhos

Hoje fomos a uma prova de vinhos ao final do dia.
Eu ouvi, sobre o vinho, coisas como:
- Leve sabor a baunilha
- Um toque amanteigado no final
- Um final mineralizado
- Um vinho robusto

Eu fiz comentários do género (mas ninguém ouviu... foi só entre mim e o meu marido):
- Não tem um cheiro tão forte a vinho
- É mais leve
- Hummm, gosto deste
- Este também é bom
- Não consigo beber sem comer qualquer coisa (e lá roubava mais um acepipe!)

Era uma vez....

Era uma vez uma rapariga linda! Uma menina nascida na década de 60, numa família humilde, que vivia no campo em contacto permanente com as lides dos pomares, das hortas, dos celeiros e galinheiros. Família humilde e de luta. Uma luta diária pela sobrevivência difícil daqueles tempos, mas muito sorridente (é muito interessante pensar nestes tempos em que as pessoas nada tinham, mas viviam felizes em torno dos seus, se compararmos com o hoje em que se tem tanto e nada alegra as gentes!).

Uma menina entre dois irmãos que a faziam protegida; não ia ao baile sozinha, não fosse algum larápio apertar-lhe a cintura na altura da dança, ia à escola, à missa… e aprendia as lides domésticas, como todas as meninas na altura.

De estatura alta e marcante, olhos azuis e cabelo castanho, sempre bem arranjadinha (sim, que isto de ser pobre não significa obrigatoriamente que não se ande aprumada), já jovem, fazia as cabeças rodar quando ela passava.

Quando se é jovem, há uma série de portas e janelas por abrir e sempre a incerteza do que estará depois da porta (depois parece que crescemos e deixamos de ver as portas). Há sonhos por concretizar, outros apenas para girarem no mundo dos sonhos.

Na história desta rapariga, houve uma porta com acesso a uma vida difícil que se abriu. Por si só, não tem mal maior! Afinal, todos nós estamos sujeitos a abrir portas que nos conduzem a caminhos mas tenebrosos ou a momentos menos sorridentes. Cabe-nos depois conseguir fechar essa porta e abrir uma janela ou outra porta, à procura de um quarto mais brilhante, mais arrumado, mais esperançoso. E ainda assim, se atrás da nova porta aberta houver um espaço escuro que enterre a nossa cabeça em nuvens cinzentas, haverá certamente outra porta, ainda que muito pequenina, para espreitar. Não pode é haver desistências e a conformação para uma vida infeliz!

A rapariga bonita, com dotes reconhecidos para a costura e outros talentos que lhe ofereciam um futuro profissional promissor e sorridente, deu a mão a um fantasma que lhe roubou a alma. Não é um fantasma com um lençol branco a cobrir-lhe o corpo e a esconder-lhe o mau feitio. Nada disso! Veio disfarçado de príncipe encantado com promessas de amor para uma vida para sempre! Aprovado por pais e manos, e mesmo que não fosse aprovado seria o escolhido, porque isto do amor não há razões que se imponham à vontade do coração e do desejo dos apaixonados.

E quase, quase, que esta parecia uma uma história de fadas! E até podia ser, porque nas histórias de encantar também há bruxas más e vilões, mas ao contrário das histórias de encantar que têm sempre um final feliz, e o bem vence o mal, a história desta rapariga bonita não tem um final feliz.

Nesta história o príncipe não beija a princesa, não a transporta no seu cavalo branco por caminhos verdejantes de alegrias partilhadas, gargalhadas conjuntas e de companheirismo com palavras doces!

Afinal, atrás da porta havia proibições, violência, cobranças infundadas, medos, gritos, falta de apoio, azedumes diários e a teimosia de não abrir outra porta ou, pelo menos, de escancarar a janela para outro mundo. Houve ainda tentativas de desvio para outros caminhos muito menos espinhosos, mas o fantasma aparecia sempre e vinha novamente disfarçado de uma oportunidade para que dessa vez fosse feliz!

E foi? Não, não foi. E no quarto claustrofóbico a vontade de viver escasseou muitas vezes, demasiadas vezes.

Nesta história não há culpas… mas se as quisermos atribuir, serão inequivocamente para o fantasma. Mas… não é isso que importa nesta história!

Porque culpas para as coisas não funcionarem haverá sempre de ambas as partes, MAS para a violência (física e psicológica) NUNCA haverá justificação.

Nesta história também há anões e fadas madrinhas a quererem ajudar, mas sem varinhas de condão, porque a magia, essa, só existe nos contos de fadas. Aqui houve e há pessoas que têm querido ajudar, que têm sofrido com este caminho espinhoso, que lhe querem dar colo, mas que não lhe conseguiram fechar aquela porta, porque está lá sempre uma pedra à espera de que tudo mude! Que tudo mude, mesmo que já lá vão mais de 30 anos!

E esta esperança chega a ser patética! Mas... se até as princesas dos contos são ingénuas (olhem a Branca de Neve que comeu a maçã de uma desconhecida ou a Cinderela que não reagia aos maus tratos da madrasta!)!!!

E o tempo passou. Para quem está de fora passou muito depressa, mas para quem vive esta história, são angústias que devem passar muito, muito devagar! Os corpos jovens e bonitos envelheceram, vieram doenças, tristezas e os votos "amar-te na saúde e na doença, nas alegrias e nas tristezas" foram simplesmente ignorados de um dos lados!

Esta mulher não vai ser salva por um cavaleiro andante, nem por uma fada mágica! Só uma força interior e corajosa pode fazê-la fechar a porta do quarto escuro e erguer a sua mão firme para abrir outra porta, com vontade de ainda ser feliz.

Eu acredito que ainda iria a tempo de ser feliz! É verdade que os pesadelos do passado não seriam esquecidos, porque são mágoas muito profundas, daquelas que estão vincadas nas rugas, calcificadas nos ossos e que infectaram as entranhas! Não há nenhum comprido que as consiga curar! Mas, acredito que poderia ser ainda uma princesa com um sorriso nos lábios e com novo fôlego para sonhar!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Coincidências da blogosfera

Hoje li isto http://gralhadixit.blogspot.pt/2013/11/lodo.html e pensei para os meus botões “alguém (que não me conhece de lado nenhum) soube escrever sublimemente sobre os meus estados de lua minguante (sem imaginar que eu existo!) ”

A dentista desistiu - parte II

Mais uma tentativa de arranjar o raio do dente. Mais uma tentativa furada!
O rapaz vai todo satisfeito para o dentista, cumprimenta a doutora, senta-se feliz e contente na cadeira… mas, assim que é suposto abrir a boca acabou-se a colaboração.

Hoje foi com o pai, na esperança que corresse melhor do que com a mãe, mas foi igualmente péssimo. Aliás, desta vez foi pior, porque era mesmo necessário preencher o buraco do dente.

Ficou com uma “espécie” de arranjo! E na próxima semana tem que lá voltar.

O pai estava nervoso (coitado!!!) e triste!

Confesso que se eu pudesse, também fazia uma real birra quando vou a dentista! Mas, não contem a ninguém, por favor.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lua minguante

Há dias em que sinto os meus níveis de energia muito em baixo. Sinto um desânimo, uma desmotivação… uma força negativa quase sobrenatural que, se eu não puxar para cima, me pode derrubar no chão!

Às vezes tenho medo! Medo que a força negativa ganhe e que eu não me consiga levantar!

Sim… há dias em que ficar em casa, enrolada numa manta a pensar sobre a vida e a tentar encontrar soluções, seriam mais produtivos do que contrariar esta tristeza. E como alguém dizia há uns dias… a solução não passa sempre por começar de novo (conceito que está muito na moda), porque nem sempre é possível começar de novo e porque também somos livres de não querer começar de novo. Às vezes só é preciso entender e aceitar o que está mal, corrigir e seguir em frente. E para avançar, às vezes, é preciso muita força!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dias difíceis

Hoje ao sentar-me na minha secretária, no emprego, e enquanto o computador ligava pus-me a pensar no fim-de-semana.
Passou muito depressa, como sempre, não houve nenhum acontecimento especial que mereça registo, mas também teve a particularidade de ter os meus filhos muito birrentos. Ou seriam os pais que estavam com pouca paciência?
Não, deste vez acho que não eram os adultos! O mais novo esteve mesmo muito aplicado nas suas birras, sobretudo no domingo. E, para não se sentir à margem, o mais velho também deu uma bela ajudinha.
Ainda não eram 19H00 e eu comentei com o meu marido: "e se lhes déssemos já o jantar e os aconchegássemos na cama para dormir"? É só para percebermos o desespero!
Enfim... há dias assim. E a verdade é que houve apontamentos deliciosos com eles, mas, desta vez, o negativo conseguiu camuflar por completo tudo o resto!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Falta de tempo... ou não

Hoje de manhã andava o meu João de roda da minha mãe “avó, brinca comigo”. E ela parava o que estava a fazer e lá brincava um bocadinho. Depois via uma blusa fora do sítio e ia arrumar, depois via outra coisa que lhe parecia que tinha que ser feita (coisas que para mim não têm importância nenhuma, mas deve ser por isso que ela diz que eu sou muito desarrumada! :-)) e lá ia fazer (saliento que a minha mãe tem um qualquer bicho carpinteiro que não lhe permite estar sem trabalhar!!!). Claro que, sentindo a falta dela no puzzle que estavam a construir, ele voltava a gritar “avó, brinca comigo” e ela lá ia colocar mais umas peças, mas logo que via que a cama estava desalinhada, ia ajustar.

A minha mãe sempre foi muito dedicada à arrumação da casa. Trabalhava fora de casa, mas a casa tinha que estar sempre com tudo no sítio, tudo arrumado e limpo. Ainda hoje, com 73 anos, e vivendo sozinha, aquela casa é mais vezes limpa e arrumada (e atenção que não é uma arrumação qualquer: implica limpezas profundas dentro dos armários, pintar paredes de vez em quando (que ela faz sozinha sem dizer nada a ninguém) e por aí fora) do que qualquer outra casa cheia de gente! Hoje apercebi-me a “luta” do João para a ter só para ele. E lembrei-me da minha infância.

Mas, não foi fácil recordar-me. Ou seja, primeiro perguntei-me “o que é que eu sentia, quando era pequena, e ela não tinha tempo para brincar comigo?”. Sinceramente, não me lembro. Nem me lembro dessa expressão "não ter tempo", nem de me sentir frustrada pelo pouco tempo de brincadeira com ela (às vezes conseguia que ela pegasse no elástico para eu saltar ou jogava à bola comigo ou empurrava-me no baloiço que tenha mesmo em frente à minha casa, improvisado numa grande nespereira).

Ou seja, ela sempre foi uma mãe muito presente, mesmo na sua ausência. Tinha às suas costas os 4 filhos (mesmo os mais velhos precisavam dela para os orientar) e as responsabilidades inerentes a uma vida de luta para garantir algum conforto à família. Trabalhava muito… saía bem cedo e regressava bem tarde (não estou a exagerar! Houve um período, em que eu já era mais crescida, em que saía às 7H00 e voltava já bem depois do jantar).

Por isso, o tempo para brincar era mesmo muito pouco. Aliás, se eu pensar bem, não me lembro de em pequena (na idade dos meus filhos) a ver sentada no sofá ou simplesmente a não fazer nada.

Hoje em dia, como mãe, eu vivo muito angustiada por passar pouco tempo com os meus filhos, por brincar pouco com eles, por não ser como as mães queridas dos desenhos animados e com medo que isso os traumatize para a vida. Conscientemente, acho que é um exagero, mas a preocupação está sempre aqui no coração.

Olhando para trás, sinto que fui uma criança feliz com o amor de uma mãe sempre presente. E os netos da minha mãe também lhe reconhecem um amor muito especial de avó!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu tenho um pião, um pião que gira...

...e lá em casa gira até dentro da porta de lavar loiça! Não, não estou a delirar.
A nossa máquina de lavar loiça avariou e ontem esteve lá o técnico a arranjar a máquina. Ao abrir a porta da dita cuja, encontrou 2 piões (eu chamo piões, mas são na realidade beyblades... quem tem filhos rapazes sabe de certeza do que falo! lá em casa aquilo é uma praga!). É claro, que foi motivo de algumas gargalhadas dos técnicos e nossas!
Como foi lá parar? É segredo (não vá alguém tentar fazer igual e guardar tesouros dentro da máquina de lavar loiça)! :-)

Eu vi um sapo

Tenho um sapo na minha vida!
Não é um sapo pronto a transformar-se em príncipe depois de um beijo (até porque beijar este sapo seria para mim uma tortura e um príncipe eu já tenho o meu, obrigada!), também não é um sapo na língua (não sei se esta expressão “sapo” para as aftas só existia na minha casa e no meu núcleo de amigos de adolescência). É um sapo que incha quando fica enervado e que fica às bolinhas quando é contrariado, quando ouve a nossa opinião, e eu vou ficando cada vez mais infeliz por ter que viver com ele, no fundo por ter que "engolir este sapo"! Quer dizer, se calhar não tenho, mas ainda me falta a varinha mágica para desaparecer deste filme de bruxas!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A dentista desistiu

O meu João (com 3 anos) já teve uma cárie que teve que ser tratada! Não sei se a primeira reacção desse lado foi igual à de uma pessoa a quem contei isso ontem que me disse "ai, os doces! a culpa é dos pais" (eu fiquei sem reacção, mas pronto... se calhar é mesmo nossa a culpa). Passemos à frente...

Na sua primeira ida ao dentista para tratar da tal cárie, a coisa correu muito bem. Lá esteve de boa aberta, a dentista foi muito querida com ele, e só no fim é que resmungou um bocadinho por estar cansado de ter a boca aberta durante "tanto" tempo.

Hoje foi necessário voltar ao dentista, porque caiu um bocadinho da massa que tinha posto.
Eu ia convencida de que tudo iria correr bem, sem grandes percalços para contar. Pois, enganei-me redondamente. Ainda a boca não estava bem aberta, quando começou a ladainha "dói, mãe!", "não quero, dói" e isto dito repetidamente, acompanhado de choro e de lágrimas. Depois de tentarmos várias coisas (eu saí do gabinete, a dentista foi extremamente paciente com ele; falou-lhe, explicou-lhe, mostrou que não doía...), a médica desistiu!

Eu queria resolver aquilo já hoje, mas a dentista sabiamente achou que não devíamos obrigar  para não traumatizar a ida ao dentista e agendámos nova consulta.

Eu fiquei danada, confesso! Conscientemente, sei que tenho que relativizar estas birras, mas cá por dentro fiquei danada! Perdemos todos tempo, ele fez uma real birra que eu não consegui contrariar e ele foi feliz e contente para a escola (com um buraco ainda maior no dente, porque ainda se conseguiu limpar um pouco) e eu cheguei ao serviço em modo neura. E para a semana lá tenho que pedir (a alguém pouco compreensivo para estas coisas) que tenho de faltar ao serviço durante algum tempo para que o rapaz vá novamente ao dentista e esperar que lhe "apeteça" arranjar o dente.

Alguém tem algum truque sábio para resolver estas contrariedades?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ora Zumba!

Esqueci-me de referir uma coisa de extrema relevância no meu “Zumba na caneca”. A professora de 2.ª feira do Zumba, está grávida de 13 semanas e "zumba" que nem uma louca na aula. Eu para além de pensar que sou uma franganota, porque apesar de não estar grávida, não consigo pular um terço do que a mulher pula, nem mexer a cintura como ela (nem perto disso), nem agachar-me ao nível que ela exige e faz, passo aquela aula preocupada com o bebé aos pulos dentro daquela barriga e volta e meia apetece-me gritar-lhe “acalma-te mulher!”.

Zumba na caneca

Desde o início de Outubro que voltei à tentativa de mexer o rabo e ginasticar o corpo para contrariar a tendência pessoal de parecer uma gelatina gigante (eu sou pequena, mas para gelatina é um tamanho significativo). Aos 36 anos, tive que assumir que o corpo já vai ficando menos resistente, para além de mais rechonchudo e flácido, o coração também dispara rapidamente numa subida de escadas. E isso não é bom!

Motivada por uma vontade de mudança de vida, para uma vida mais saudável e incentivada pelo maridão (que deve estar preocupado em ver-me em modo “lontrinha”), lá voltei, ainda que muito contrariada, ao ginásio. Gosto mais de fazer caminhadas, mas com a mudança de hora não consigo andar à noite sozinha, sem pensar na possibilidade de ser raptada! Assim, sendo, ginásio com ela.

Experimentei o Zumba! E olhem, rio-me à brava sozinha. Aquilo só é mesmo tão divertido para mim, porque não acerto um único passo com o resto das outras pessoas (eu gosto de rir de mim!) . Mas lá que a máquina mexe, mexe mesmo. Saio de lá com a cara tão vermelha como um tomate maduro, cansada e com dores musculares no dia a seguir. Deve estar a fazer algum efeito, portanto.

Ontem já acertei um ou dois passos (uma loucura!) e já estou tão habituada à minha aselhice dançante que já encaro esta falta de jeito com a maior naturalidade – afinal nem todos temos os meus dons e eu definitivamente tenho pés de chumbo. De tal maneira que, numa das aulas, o professor depois de rir bastante achou que devia de se justificar “eu não rio de vocês, rio com vocês, ok? Isso está muito melhor, hã!” (olhando, para mim). Mas, o ambiente é mesmo descontraído e naquele bocadinho a minha cabeça está liberta de outras preocupações. Fico focada apenas na preocupação de conseguir mexer pés e braços ao compasso da música e das instruções do professor. E olhem que é muita informação para assimilar ao mesmo tempo, até mesmo para uma mulher!

Batatas fritas!

Ontem, pouco antes dos miúdos irem para a cama, o meu filho mais velho falava comigo sobre o medo de não conseguir dormir:
- Oh mãe, e se eu hoje não conseguir adormecer?
- Hoje vais dormir melhor, vais ver. Já não estás tão agitado como ontem e sabes que não há nada que ter medo cá em casa. Os pais estão aqui para te proteger sempre.
- Sim, mas às vezes eu sei que não há nada a temer, mas ouço barulhos e não consigo dormir.
- Pois, eu às vezes também não consigo dormir.
- E o que é que fazes para adormecer?
- Olha penso em coisas boas!
- Pensas em quê?
- Penso em vocês, que estamos a passear…
- Já sei! Hoje se eu não conseguir adormecer vou pensar em batatas fritas!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lua cheia

Eu acho que tenho um síndroma qualquer de bipolaridade dentro de mim. Umas vezes sou optimista e completamente feliz e consigo manter o copo meio cheio, mas outras vezes fico em estado paranóico-depressivo e não vejo mais do que o copo meio vazio (quase sem água!). E quando estou nesta fase segunda fico em estado irritada comigo própria, porque na realidade reconheço que sou uma mulher de sorte, embora as coisas não me corram totalmente como gostaria (e a quem é que correr!?!).

E porquê que sou uma mulher de sorte? Porque tenho uma família deliciosa: 2 filhos saudáveis e lindos (por dentro e por fora) que se agarram a mim e dizem “és linda” (vou deixar este texto idílico e não descrever os momentos em que me põe verdadeiramente os cabelos em pé) e um super marido que amo de paixão e que sei que é o homem da minha vida (mantemos este momento idílico e não vou mencionar coisas menos românticas, como o facto de ele não ter percebido ainda que as meias não têm poder de levitação para irem ter ao cesto da roupa suja). Para além da família de casa que vamos construindo e nos dá momentos de belas gargalhadas e sorrisos de complexidade (não vou agora também mencionar os momentos e que me apetece ir à rua respirar fundo e limpar as lágrimas!), estamos rodeados da nossa família linda de ambos os lados e hoje destaco os sogros (duvido que alguém tenha sogros melhores que eu) e a minha super mãe (que o meu marido diz a brincar que nunca se divorciaria de mim, porque não pode perder a rica sogra! – digam lá se isto não é amor?) e depois há os irmãos e irmãs, sobrinhas grandes e pequenas, tios e tias, primos e primas, avós (mesmo os que já partiram têm um espaço especial no nosso coração e na nossa vida, seja pelas recordações ou pelos ensinamentos que vamos recordando). Depois, para além da família de sangue, temos a família do coração que são os amigos que escolhemos para partilhar a nossa vida e que nos acolhem numa amizade sincera!

Depois, para além das pessoas que me fazem sentir afortunada, há momentos vividos que são verdadeiros balões de oxigénio, como um fim-de-semana romântico passado a dois, as férias de verão em família, jantares de amigos, viagens (quando é possível) e que me fazem sentir uma parva, quando entro em profunda angústia depressiva.

Por isso fica aqui escrito: eu sou uma pessoa feliz, sou uma pessoa de sortes, por isso a minha lua deve estar sempre cheia ou a encher! :-)