sexta-feira, 24 de maio de 2013

O “Ok” masculino

Troco diariamente e-mails com o meu marido. Sim, em casa há sempre muito barulho, muito “oh mãe” e “oh pai” e somos constantemente interrompidos quando estamos a conversar. 

Quando os miúdos vão para a cama (e até vão cedo) é hora de acabar os afazeres domésticos e escutar o silêncio. 

Portanto, durante o dia trocamos e-mails para os recados diários, como não te esqueças de comprar legumes, esqueceste-te do fato do karaté, e outras coisas sem qualquer interesse para terceiros, serve também para perguntar se está tudo bem e até para reforçar “amo-te” e beijinhos. 

Tudo bem até aqui, certo? Nada que mereça qualquer comentário, não é verdade? 

Pois não, não é verdade ou não fossemos nós, mulheres, muito exigentes, algo complexas e até um pouco dadas ao novelesco. 

Então, não é que normalmente ele me responde apenas “OK”! Quer dizer, eu sei que os homens não são dados a muitas palavras, são até bastante concisos e analíticos, mas para mim deixa-me alguns dilemas: “Ok” para todas as minhas perguntas? “Ok” só para alguns aspectos? Ou “Ok”, não me melgues mais? 

Ah, às vezes também sou premiada com um “bjs” e fico roída “quer dizer, já nem mereço um b-e-i-j-i-n-h-o-s com todas as letras? 

Questiono-me porquê que os homens têm medo das palavras. Falam pouco e, é provável, que achem que falemos de mais, mas quando é escrito… ui, aí o poder de síntese é bastante mais colossal! 

A minha grande preocupação no meio de tudo isto é que sou uma mulher rodeada por três homens lá em casa e o poder de síntese dos mais pequenos já é grande: “como correu a escolinha?” “boa” ou “o que fizeste com os avós?” “muita coisa”. E pronto, uma mulher quer saber mais coisas, e fica nesta “angústia”! 

A sorte é que sei perfeitamente que os homens lá de casa me amam de verdade e às vezes sou premiada com conversas maravilhosas e isso alimenta-me para os “telegramas” do dia-a-dia.

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